A secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, afirmou que a pasta não precisa de autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para tomar decisões sobre intervalo de doses da vacina e a administração da dose de reforço.
De acordo com ela, a recomendação de aplicar a dose de reforço em todos os adultos 5 meses após a segunda dose da vacina contra Covid-19 foi apoiada por “equipe técnica composta por especialistas”.
Rosana explicou que cabe à Anvisa dar autorizações sobre a segurança dos imunizantes usados no país para combater a Covid-19, entretanto, a estratégia de vacinação fica “a critério dos órgãos oficiais”.
“Nós, como responsáveis pelo Plano Nacional de Operacionalização, não atuamos de forma arbitrária. Temos, inclusive, uma câmara técnica composta por especialistas. Temos uma secretaria de Ciência e Tecnologia, que nos subsidiam a todo momento”, disse Rosana Leite, em entrevista ao Jornal das Dez, da Globo News, na noite de terça-feira (16).
Rosana defendeu a orientação do Ministério da Saúde, ressaltando que a aplicação da dose de reforço foi autorizada em outros países, como Estados Unidos e Israel. Antes do anúncio feito ontem pela pasta, a terceira dose só podia ser tomada por idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde.
Ministério não passou por cima da Anvisa em recomendação sobre dose de reforço da vacina
Depois do anúncio sobre a dose de reforço feito pelo Ministério da Saúde, a Anvisa divulgou uma nota de esclarecimento informando que “não foi consultada sobre a ampliação da dose de reforço para todas as pessoas maiores de 18 anos”.
De acordo com a agência, até ontem (16), apenas a Pfizer havia pedido permissão no Brasil para mudar o esquema vacinal previsto na bula e incluir a dose de reforço. Hoje, a Anvisa confirmou que a AstraZeneca também enviou o pedido.
A secretária do Ministério da Saúde garantiu que a pasta não “passou por cima” da Anvisa sobre a aplicação da dose de reforço da vacina contra Covid-19. Ela afirmou que as mudanças sobre os imunizantes são constantes e que a medida não infringe qualquer norma, tratando-se de “uma evolução natural”.