O governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), recuou em sua decisão de encerrar o jantar em 57 das 59 unidades do Bom Prato. A decisão veio nessa sexta-feira (4), após pressão da Assembleia Legislativa e da população nas redes sociais.
A medida, segundo Doria, teria sido tomada devido à queda na demanda nos restaurantes na hora do jantar. Apenas as unidades de Campos Elíseos e São Bernardo continuariam a funcionar à noite, se a decisão houvesse se mantido.
O governador informou que as unidades voltaram a funcionar de domingo a domingo, em período integral, já a partir de segunda-feira (7). O Bom Prato serve refeições que custam 1 real no jantar e no almoço. O café da manhã sai a 50 centavos em todas as unidades.
O Bom Prato é uma iniciativa criada no estado de São Paulo e gerida pelo governo local. Os funcionários servem a comida e as pessoas aguardam sua vez na fila para pagar, comer e devolver o prato no local indicado.
Por que Doria quis cortar custos no Bom Prato
João Doria instalou o jantar nas unidades do Bom Prato em março. A expectativa era de que a medida pudesse contribuir para ajudar a população mais carente durante a pandemia de Coronavírus.
A Secretaria de Desenvolvimento Social afirma que o Estado ampliou em 60% o número de refeições do Bom Prato na pandemia. Segundo a líder da pasta, Célia Parnes, o número de pratos servidos passou de 1,2 milhão para 3,2 milhões até o corte recentemente divulgado.
Outra medida tomada durante a pandemia trata da gratuidade do serviço para pessoas em situação de rua. Sobre essa medida, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) determinou que a gratuidade deve ser mantida por Doria enquanto durar o estado de exceção.
A refeição gratuita para essa população havia sido suspensa em 30 de setembro, mas também deve voltar agora na segunda-feira (7). Não há, no entanto, um esforço do governo para informar sobre o retorno da janta a essa população em vulnerabilidade.
João Doria tem até 72 horas, segundo o TJSP, para cumprir a determinação de reabertura dos serviços. Se não cumprir a ordem, poderá sofrer sanções político-administrativas por conta de sua inércia.
A Covid sob o comando do PSDB
São Paulo é o estado mais afetado pela crise de Coronavírus. Até este fim de semana, mais de 40 mil pessoas já morreram por conta da doença e milhões foram infectados. Se a capital do estado fosse um país, já seria o décimo em número de mortes e casos de Covid-19.
No primeiro dia após as eleições municipais, o governador decretou que todas as cidades voltassem à fase amarela do plano de reabertura econômica. A medida restringe o horário de funcionamento e a lotação máxima no comércio e nos espaços de lazer.
A medida, considerada impopular, era alertada por especialistas em ciência política. O PSDB é o partido que mais elegeu prefeitos no estado e é também a maior bancada, junto ao PT, na Câmara Municipal.