Dólar volta a cair em semana de mais tensão global

O dólar comercial fechou o pregão da sexta-feira (4) em alta de 1,03%, cotado a R$ 5,0778. Apesar do avanço firme, a moeda norte-americana voltou acumular queda na semana. A saber, a divisa registrou perdas de 1,52% no período, após subir 0,3% na semana anterior.

Os investidores continuam atentos à guerra entre Rússia e Ucrânia. Em resumo, o mercado teme um forte avanço dos preços das commodities com a escalada de tensão no leste europeu. Na verdade, estes itens já acumularam uma alta expressiva no ano passado, ou seja, seus valores devem ficar ainda mais caros do que já estão.

Este cenário acaba beneficiando o Brasil, pois o país é um grande exportador de commodities. Por isso que o real continua acumulando valorização ante o dólar, mesmo com a tensão global elevada. A propósito, a moeda americana tende a se fortalecer em momentos de incertezas globais. Contudo, isso não vem acontecendo por três motivos principais.

O primeiro deles é o fato de o Brasil ser um grande exportador de commodities, o que faz os investidores procurarem o país devido a expectativa de alta dos preços destes itens. O segundo são os altos juros no Brasil, que tornam o país mais atraente para os investidores estrangeiros, visto que os ativos passam a ter uma rentabilidade maior.

Já o terceiro motivo vem da Rússia, que está atacando a Ucrânia há dez dias. Em suma, muitos investidores estão deixando a Rússia e procurando outros países emergentes para colocar seu dinheiro. E o Brasil acaba se beneficiando com esse cenário, justamente por conta dos dois primeiros motivos.

Dados domésticos influenciam dólar

Na sexta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 4,6% em 2021. O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado e reverteu as perdas registradas no ano anterior, que foi fortemente afetado pela pandemia da Covid-19.

Para este ano, os economistas projetam um avanço bem mais tímido para o PIB brasileiro, de 0,30%. Em síntese, os altos juros no país, que tentam segurar a inflação, acabam reduzindo o poder de compra do consumidor e, consequentemente, desaquecendo a economia.

Aliás, os analistas do mercado financeiro ainda acreditam em mais elevações dos juros neste ano. Atualmente, a taxa está em 10,75% ao ano, mas os economistas projetam uma taxa em 12,25% ao ano no final de 2022.

Leia Mais: Indicador de incerteza da economia cai pelo 5º mês consecutivo

Ruan Samarone

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