O dólar iniciou a semana em alta de 0,28% e está cotado a R$ 5,6102. Nesta segunda-feira (29), os mercados reagiram novamente às crescentes preocupações envolvendo a nova variante da Covid-19, a ômicron. A saber, o acréscimo registrado hoje faz a moeda norte-americana passar a acumular uma forte valorização de 8,15% ante o real em 2021.
Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a ômicron como uma variante de preocupação. Detectada inicialmente na África do Sul, a cepa entrou para o grupo das poucas variantes de preocupação do novo coronavírus já sequenciadas. Aliás, fazem parte do grupo as cepas alfa, beta, delta e gama.
Para aumentar o temor global, a OMS revelou nesta segunda que a variante representa um “risco global muito alto”. Em resumo, as cinco variantes citadas possuem maior transmissibilidade ou virulência ou até mesmo reduzem a eficácia das vacinas, quando não fazem tudo isso ao mesmo tempo.
E as preocupações envolvendo a ômicron se justificam, pois a variante possui dezenas de mutações na proteína spike, “chave” da maioria dos imunizantes. Contudo, vale ressaltar que “até o momento não se registrou nenhuma morte associada à variante ômicron”, disse a OMS em um documento técnico.
Preocupações antigas continuam no radar e influenciam dólar
Além disso, os investidores seguiram de olho na PEC dos Precatórios. A saber, a proposta adia o pagamento dos precatórios (dívidas da União já reconhecidas pela Justiça) e altera o teto de gastos (regra que limita as despesas do governo à inflação de 12 meses).
Aliás, a PEC deverá gerar ao governo uma folga fiscal de R$ 106,1 bilhões, ou seja, o governo terá mais dinheiro para aumentar seus gastos em ano eleitoral. Inclusive, a PEC é a principal aposta governista para pagar o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.
Por fim, o Banco Central (BC) divulgou nesta segunda as novas projeções do mercado financeiro para a economia brasileira. Em suma, os analistas elevaram pela 34ª semana consecutiva a estimativa para a inflação do país neste ano, que deve chegar a 10,15%.
Em contrapartida, os economistas reduziram pela sétima semana seguida a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que encerrará 2021 com um crescimento de 4,78%, segundo as previsões. Já o dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 5,50, enquanto os juros básicos do país deverão alcançar 9,25%.