Dólar despenca 1,43% após divulgação de dados monetários

O dólar comercial encerrou o pregão desta quarta-feira (3) em forte queda de 1,43% e fechou o dia cotado a R$ 5,5892. A saber, esse é o maior recuo diário desde 1º de outubro, quando o dólar havia despencado 1,47%. Embora o recuo tenha sido intenso, a moeda norte-americana ainda acumula um avanço expressivo de 7,75% ante o real em 2021.

Em primeiro lugar, os problemas de antes continuam existindo. O principal deles, que vem preocupando o mercado nos últimos tempos, é o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. O programa entrou em vigor no país agora, em novembro, e disponibilizará R$ 400 aos beneficiários, mas isso apenas em dezembro.

Em resumo, o governo ainda não tem meios concretos de financiar o programa. Por isso, o valor será de apenas R$ 220 neste mês. A expectativa é utilizar uma “economia” de R$ 91,6 bilhões da PEC dos Precatórios, caso aprovada. Aliás, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, (PP-AL), colocou a proposta em votação na noite deste quarta.

Vale destacar que o aumento de gastos públicos impulsiona a inflação no país, que já está nas alturas. Para conter a inflação, o Banco Central (BC) eleva os juros básicos do país, a Selic. Na semana passada, o BC aumentou a taxa em 1,5 ponto percentual, para 7,75%, maior patamar desde 2017.

Em suma, uma Selic mais elevada impulsiona os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor. A intenção dessa medida é desaquecer a economia e reduzir a chamada inflação por demanda. No entanto, outros fatores pressionam a inflação, como aumento de gastos públicos e o dólar, que está em nível bastante elevado.

Divulgação de ata do Copom e decisão do Fed derrubam dólar

Em meio a tudo isso, os investidores tiveram mais assuntos para repercutir nesta quarta. No cenário doméstico, o que mais pesou para o dólar foi a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. A saber, o órgão considerou elevar a Selic ainda mais do que ela foi elevada.

Nesse caso, uma Selic mais alta torna o real mais atraente, uma vez que os juros atrelados à moeda brasileira oferecerão retornos financeiros maiores. Como a ata da reunião do Copom mostrou que o órgão não relutará em elevar os juros do país, muitos investidores se desfizeram dos seus dólares nesta quarta.

Por fim, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, informou sua decisão em reduzir as injeções na economia do país a partir de dezembro. Em síntese, o Fed reduzirá US$ 15 bilhões em dezembro e deverá continuar assim até encerrar de vez as recompras de títulos públicos, atualmente em US$ 120 bilhões por mês.

Leia mais: Banco Pan tem lucro líquido de R$ 191 milhões no terceiro trimestre

Ruan Samarone

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