Categorias: Política

Desmatamento: primeiro semestre teve maior área sob alerta em 6 anos na Amazônia

O sistema de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) alertou neste sábado (03) que a área sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal durante o primeiro semestre de 2021 é a maior em seis anos. De acordo com o instituto, foram 3.325 km² entre 1º de janeiro e 25 de junho, o equivalente a mais de duas cidades de São Paulo.

‘Até 2030 o desmatamento vai acabar… por falta de floresta’

Ainda segundo o Inpe, este índice superior ao dos anos anteriores mesmo sem contabilizar os últimos 5 dias do mês. O estado do Pará foi o mais afetado, que representa mais de um terço (1.251,96 km²) de toda área.

Em nota, o Inpe revelou que os alertas de desmatamento foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do próprio instituto, que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que três hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal, exploração de madeira, mineração, queimadas e outras.

Segundo a diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), “como ainda faltam cinco dias para fechar o monitoramento de junho, esse número ainda pode crescer”. Além disso, ela também explicou que 2021 é um ano com tendência de seca, principalmente na parte sul da Amazônia, e ainda muita área desmatada desde 2019 que ainda não queimou.”

Por fim, a diretora do Ipam explicou que, após três meses de recordes mês a mês neste ano – o março com mais alertas, o abril e o maio -, junho está abaixo da taxa apresentada em 2019 e 2020. “Quando os dados dos dias 25 a 30 forem fechados, o que deve ocorrer na próxima semana, será possível saber de fato em qual posição estará o mês em relação à série”, relatou.

Risco de fogo na Amazônia

Assim como ressaltou a diretoria do Ipam, além do desmate, uma grande área de floresta está sob risco de queimadas nesta temporada. Um alerta do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e do Woodwell Climate Research relatou que as áreas desmatadas e ainda não queimadas desde 2019 e uma seca intensa provocada pelo fenômeno La Niña indicam atenção especial no combate ao fogo, especialmente no sul do bioma.

“Há quase 5 mil quilômetros quadrados de área, quase quatro vezes o município de São Paulo, com vegetação derrubada e seca só esperando alguém chegar com o fogo. A queimada, nesse caso, é a última etapa do desmatamento, a forma mais barata e rápida de limpar o terreno para seu uso posterior”, diz o levantamento.

Leia também: Avanço do desmatamento na Amazônia faz agro perder mais de R$ 5 bilhões por ano

Amanda B

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