Deltan Dallagnol diz não aceitar perder o mandato de deputado; ‘Vou lutar até o fim’, diz

O deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos) afirmou neste sábado (20) que pretende recorrer até o fim para manter seu mandato na Câmara. A declaração foi feita em entrevista ao jornal “Estadão” no momento em que ele comentava sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que cassou o parlamentar com a alegação de que ele violou a lei da Ficha Limpa.

De acordo com Deltan Dallagnol, a decisão da Corte foi fraudada. “Eu roubei, me corrompi, abusei, torturei? Não”, disse ele, afirmando ainda que a preservação de seu mandato depende de uma decisão política do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).

Segundo Deltan Dallagnol, ele pretende recorrer ao chefe da Casa para assegurar que a decisão do TSE não seja aplicada automaticamente. “O maior medo que eu tenho é a perda da fé das pessoas na democracia”, disse ele, que ainda completou: “Hoje sou eu, amanhã são outros parlamentares”.

Na quinta (18), Deltan Dallagnol (Podemos) disse que perdeu seu mandato porque combateu a corrupção. “Eu perdi o meu mandato porque eu combati a corrupção. E hoje é um dia de festa para os corruptos e um dia de festa para o Lula”, afirmou ele, ex-procurador do Ministério Público Federal (MPF) e um dos líderes da operação Lava Jato, no Salão Verde da Câmara.

Ainda durante seu pronunciamento, feito junto com parlamentares que formam a oposição ao governo do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Deltan Dallagnol disse ter sido alvo de vingança. “Eu fui cassado por vingança, porque eu ousei enfrentar o sistema de corrupção”, afirmou ele durante a entrevista coletiva.

Decisão do TSE contra Deltan Dellagnol

Assim como publicou o Brasil123, Deltan Dallagnol, ex-procurador que coordenou a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, no Paraná, teve seu mandato como deputado federal cassado pelo TSE com base na Lei da Ficha Limpa na terça-feira (16).

Ministros da corte firmaram o entendimento de que Deltan Dallagnol fraudou a Lei da Ficha Limpa ao sair do Ministério Público Federal (MPF) em novembro de 2021. Para Benedito Gonçalves, relator do caso, o ex-procurador escapou de eventuais punições que poderiam resultar em sua demissão, o que o tornaria inelegível.

Benedito Gonçalves apontou em seu voto que Deltan Dallagnol cometeu fraude eleitoral ao pedir exoneração do Ministério Público Federal enquanto ainda respondia a processos internos no Conselho Nacional do MPF. Agora, Deltan Dallagnol pode recorrer da decisão, mas a perda do mandato tem efeito imediato. O ex-procurador pode apresentar embargos contra o entendimento dos ministros do TSE e até levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Leia também: STF forma maioria para condenar ex-senador Fernando Collor

Alisson Ficher

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