Defesa de Bolsonaro afirma que vai entregar presentes sauditas que estão em casa de ex-piloto da F1

A defesa do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) enviou um ofício ao Tribunal de Contas da União (TCU) dizendo que vai entregar para o órgão um conjunto de joias que foi recebido pelo ex-chefe do Executivo em 2019, em viagem feita ao Catar e à Arábia Saudita, e hoje se encontram guardados em uma fazenda que pertence ao ex-piloto do Fórmula 1 Nelson Piquet e fica em Brasília, no Distrito Federal.

Conforme publicado recentemente pelo Brasil123, uma matéria do jornal “Folha de S. Paulo” mostrou que o ex-presidente guardou os presentes recebidos durante o mandato, como joias de diamantes, em uma fazenda que pertence ao ex-piloto de Fórmula 1, que é seu apoiador declarado. Conforme o jornal, na propriedade de Nelson Piquet, que explicou durante uma entrevista que virou fã do ex-presidente após conhecê-lo, estão itens de alto valor e tratados como bens pessoais.

Já os demais objetos colecionados durante os quatro anos à frente do Palácio do Planalto como cartas e livros, foram enviados para o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro e para a Biblioteca Nacional do Rio, como bens do Estado brasileiro. Dentro os itens que constam na propriedade do ex-piloto estão algumas joias dadas de presente por autoridades sauditas durante uma viagem oficial feita por ele. De acordo com o jornal, dentre os itens, estão:

• Um relógio Rolex;
• Uma caneta da marca Chopard prateada;
• Um par de abotoaduras em ouro branco, com um brilhante cravejado no centro;
• Um anel em ouro branco com um diamante no centro e outros em forma de “baguette” ao redor;
• E uma masbaha (um tipo de rosário árabe), feito de ouro branco e com pingentes cravejados em brilhantes.

De acordo com as informações, essas joias foram entregues em mãos a Bolsonaro. Ao TCU, a defesa do ex-presidente disse que esses objetos não eram objeto da representação original do TCU, que versava sobre joias recebidas por comitiva que foi à Arábia Saudita em 2021 e, por isso, não foram entregues anteriormente. Nesse sentido, os advogados de Bolsonaro pedem para que o TCU “verifique se há mais algum item que entende que deva ser depositado para que se evite confusão, celeuma ou qualquer tipo de dúvida” sobre a intenção do ex-presidente de esclarecer o status legal das joias.

Assim como publicou o Brasil123, ao todo, além das joias entregues em mãos a Bolsonaro, foram dois pacotes com objetos valiosos vindos da Arábia Saudita e endereçados ao ex-presidente e a sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O primeiro tinha um colar de diamantes, brincos e um relógio feminino e foi apreendido, em outubro de 2021, junto com o então assessor do ministro das Minas e Energia, Marcos Soeiro.

Já o segundo pacote, que continha um relógio masculino, caneta e abotoaduras, entrou no Brasil na bagagem do então ministro, entrou no Brasil na bagagem do então ministro Bento Albuquerque, na mesma viagem. Como não foram retidos pela Receita, esses itens foram entregues para Bolsonaro – esses objetos foram entregues à Justiça na semana passada e, agora, estão em uma agência da Caixa.