Daniel Silveira, aliado de Bolsonaro, é preso após incitar o golpe do AI-5

Nesta terça-feira (16), foi preso o aliado da família Bolsonaro, Daniel Silveira. Está sendo acusado de atacar os ministros do STF. Após isso, Carlos Bolsonaro se manifestou no Twitter e disse que está com o “estômago embrulhado”. A ordem de prisão foi dada por Alexandre de Moraes, um dos ministros do STF. O deputado havia sido encontrado em sua residência, na cidade de Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro.

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Ele também é acusado por financiar atos antidemocráticos na cidade de Brasília. No mês de junho, teve o processo de silêncio quebrado por Alexandre de Moraes. Daniel Silveira afirmou em um vídeo de suas redes sociais que os ministros do Supremo ‘não servem pra porra nenhuma pra esse país’. Ainda manifestou a vontade que houvesse outras eleições para repor aqueles que já estão no cargo. Incitou ao acrescentar: “Toda hora dá um habeas corpus, vende um habeas corpus, vende sentenças”.

Daniel Silveira afirmou que já imaginou eles levando uma surra e que isso não é incitar a violência: é apenas um pensamento. Também teve tempo para fazer apologia ao AI-5, tenso momento na história brasileira durante a ditadura militar. 

AI-5: O que foi e por que não romantizar?

O AI-5 foi um decreto imposto em 13 de dezembro de 1968. Era uma nova forma de oprimir  e inaugurar um dos períodos mais obscuros da ditadura militar. Segundo a historiadora Lilia Schwarcz, essa era uma das melhores formas de fornecer medo para quem fosse contra o governo da época. Já para Kenneth P. Serbin, o Estado estaria liberando espaço para ter liberdade nua e crua de tortura contra a população revoltada. Foi um período em que notou-se o aumento de sequestros e mortes da oposição. 

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A medida permitia realizar a abertura de  habeas corpus para crimes políticos juntamente com o fechamento do Congresso. A censura estava consolidada e o presidente poderia permitir estado de sítio para todas as pessoas que não concordassem com suas ações. O ano foi marcado por protestos de universitários e artistas como a Passeata dos Cem Mil. A desigualdade social ficou ainda mais otimizada e presente na rotina brasileira.