Crise hídrica: entenda os riscos energéticos que o país enfrenta

Há 91 anos que o Brasil não sofria com uma crise hídrica tão severa quanto a de 2021. A situação dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, responsáveis pela geração de 70% da energia do país, está crítica. Isso porque a capacidade de armazenamento está em 23%.

Em resumo, esse percentual é menor que o registrado em 2001, quando o Brasil enfrentou racionamento de energia. De acordo com estimativas do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível dos reservatórios devem chegar a 10% da capacidade em novembro, menor patamar dos últimos 20 anos.

Por isso, o ONS admitiu no mês passado que terá muitas dificuldades para atender a demanda brasileira de energia em outubro e, principalmente, em novembro. Isso deve ocorrer devido ao “esgotamento de praticamente todos os recursos no mês de novembro”.

Vale destacar que a crise hídrica acabou agravada devido ao aumento do consumo de energia elétrica no país. Em suma, a pandemia da Covid-19 aumentou o número de pessoas em casa, seja para trabalhar ou estudar, seja para manter o distanciamento social. Isso impulsionou o consumo da energia elétrica no país, ou seja, há maior demanda e menor oferta da energia.

Veja as medidas adotadas pelo governo para enfrentar a crise hídrica

Para continuar abastecendo os domicílios dos brasileiros em meio à crise, o governo vem recorrendo às termelétricas para continuar distribuindo energia à população. No entanto, estas usinas possuem um custo muito mais alto que as hidrelétricas, responsáveis por quase 70% da energia produzida no Brasil.

Quem acaba pagando essa conta são os consumidores, como sempre. A saber, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou no início de agosto que a conta de luz continuará com a bandeira vermelha patamar 2 em aplicação neste mês. Esse é o nível mais alto das bandeiras tarifárias da Aneel.

Além disso, o governo vem adotando medidas excepcionais, juntamente com o ONS. As principais são:

  • Maior importação de energia da Argentina e do Uruguai;
  • Programa que dará compensação financeira para incentivar a economia da energia elétrica por grandes consumidores, como a indústria;
  • Flexibilização das medidas de segurança das linhas de transmissão para aumentar a quantidade de energia “transportada” do Nordeste e do Norte para o Sudeste e o Centro-Oeste.

Por fim, todas estas medidas visam evitar que o Brasil passe por racionamento de energia elétrica ou até mesmo sofra com apagões nos últimos meses do ano.

Leia Mais: Comitê cita “relevante piora” das condições hídricas do Brasil

Ruan Samarone

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