Em decisão tomada nesta terça-feira (12), a CPI da Covid desistiu do novo depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que estava agendado para o dia 18 de outubro. Em seu lugar, o colegiado pretende ouvir o coordenador de um estudo contra o uso do chamado “kit Covid”, composto por medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença.
A informação sobre a desistência do terceiro depoimento de Queiroga foi confirmada ao jornal Folha de S. Paulo pelo senador Humberto Costa (PT-PE).
“Não vamos dar palanque para ele, não vai acrescentar muito. Mas ele vai aparecer no relatório final com toda certeza. Provavelmente por desrespeito a norma sanitária, prevaricação. Ele vai ser indiciado e vai ter que responder”, afirmou o senador.
O relator Renan Calheiros (MDB-AL) já adiantou que vai propor no relatório final o indiciamento de Marcelo Queiroga por conta da atuação do ministro durante a pandemia de Covid-19.
CPI da Covid quer ouvir o médico Carlos Carvalho
No lugar de Queiroga, na segunda-feira (18), quem deve depor na CPI da Covid é o médico Carlos Carvalho, responsável por coordenar um estudo com parecer contrário ao uso do “kit Covid”. No entanto, o requerimento ainda não foi aprovado. A votação será feita nesta sexta-feira (15) em sessão extraordinária.
Alguns senadores da CPI já conversaram de maneira informal com Carlos Carvalho e avaliam que o depoimento servirá para dar uma “sentença final” sobre o debate acerca dos medicamentos que compõem o “kit Covid”.
“Pela conversa que tivemos com o Dr. Carlos, nós julgamos que o depoimento dele é o mais importante. Vai botar uma pedra em definitivo nesse assunto, e ele tem uma posição muito contundente contra a cloroquina. Além do mais, o depoimento dele tornará público o que a Conitec tem de resolver”, afirmou ao portal G1 o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
A decisão para colher o depoimento de Carlos Carvalho foi motivada pelo fato de a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), na semana passada, retirar da pauta a análise do estudo contrário ao uso do “kit Covid”.