Após o recesso parlamentar, os trabalhos da CPI da Covid-19 voltam nesta semana com depoimentos importantes de intermediários que negociaram vacinas com o governo sem o aval das fabricantes dos imunizantes. O intuito é investigar os supostos pedidos de propinas que envolveram a aquisição desses imunizantes.
De acordo com o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão, em entrevista à “GloboNews”, os integrantes da CPI ouvirão três pessoas nesta semana, sendo eles:
O reverendo Amilton Gomes de Paula, fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), teria negociado a venda da vacina AstraZeneca em nome do governo brasileiro.
O Coronel Marcelo Blanco, ex-diretor substituto do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, participou de um jantar onde supostamente teria ocorrido um pedido de propina em negociação para compra da vacina AstraZeneca.
O empresário Airton Soligo, conhecido como Airton Cascavel, teria atuado no alto escalão no Ministério da Saúde, sem ter cargo oficial.
Anteriormente, a Comissão pretendia incluir no cronograma a oitiva de Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos. Todavia, ele viajou para a Índia em 25 de julho e avisou a cúpula da CPI da Covid-19 somente no dia seguinte.
Para Omar Aziz, a expectativa é que o sócio da Precisa seja ouvido na próxima semana, assim como outras pessoas ligadas à empresa, que foi quem negociou vacinas com o governo brasileiro sem aval dos fabricantes.
Durante a entrevista, o senador Omar Aziz ainda revelou que, na terça-feira (03), os integrantes da Comissão votarão um requerimento para pedir o afastamento da secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.
Para o presidente da CPI da Covid-19, a atual secretária tem usado a estrutura da pasta para propagar tratamentos com medicamentos que não são eficazes contra a Covid-19, segundo estudos científicos.
“Por isso que estamos pedindo o afastamento dela. Na terça-feira será votado o pedido de afastamento dela do Ministério da Saúde”, disse Omar Aziz, que ainda acrescentou que se o Ministério da Saúde não afastar Mayra, a comissão vai à Justiça para pedir o afastamento.
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