Em entrevista coletiva nesta quarta (28), o Ministério da Saúde anunciou que encomendou um estudo para avaliar a efetividade de uma terceira dose de vacina contra Covid-19 para quem foi imunizado com a CoronaVac.
A pesquisa será realizada em parceria com a Universidade de Oxford e os resultados devem sair em novembro.
“(O estudo) é para avaliar reforço em indivíduos que tomaram primeira e segunda dose da CoronaVac. Por que isso? Porque (para) essa vacina nós não temos uma publicação na literatura detalhada acerca da sua efetividade. Todas as respostas precisam ser dadas a partir de ensaios clínicos”, disse o ministro Marcelo Queiroga.
De acordo com a pasta, o estudo é necessário, pois até o momento não existem dados conclusivos sobre a duração da proteção conferida pela CoronaVac, desenvolvida pela Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, que já afirmou não ver necessidade de dose de reforço.
“Para a vacina da Pfizer, de Oxford/AstraZeneca e da Janssen, já existem publicações mostrando realmente proteção em até um ano. Em relação à CoronaVac, nós precisamos avaliar isso. Existem estudos que já mostram que a proteção começa a cair com seis meses”, explicou a pesquisadora da Universidade de Oxford e coordenadora do estudo, Sue Ann Costa Clemmens.
Pesquisa analisará intercambialidade de vacinas com a CoronaVac
No mesmo estudo, serão analisadas a intercambialidade de vacinas, que é quando a mesma pessoa toma doses de imunizante de fabricantes diferentes.
“Estaremos vacinando pessoas que já tenham tomado duas doses da Coronavac, seis meses depois da segunda dose, em quatro grupo: um grupo tomará reforço com a vacina da Coronavac, um outro com a Janssen, da Pfizer e da AstraZeneca”, acrescentou a médica.
O estudo contará com 1.200 voluntários e deve começar daqui a duas semanas em São Paulo, com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e com o Hospital São Rafael, em Salvador. Podem participar da pesquisa as pessoas que receberam duas doses da CoronaVac há pelo menos 6 meses.