Nesta quinta-feira (10), o secretário da Saúde do estado de São Paulo, Jean Groinchteyn, pediu “respeito” ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre a decisão da gestão estadual de aplicar a quarta dose da vacina contra Covid-19 em toda população. Por enquanto, o ministério recomenda a aplicação apenas em imunossuprimidos maiores de 12 anos.
“Gostaria de respeito às atitudes científicas e políticas que tem sido tomadas especialmente pela Secretaria de Estado da Saúde nas estratégias que vem sendo feitas para a preservação da vida”, disse o secretário em entrevista à Jovem Pan.
Gorinchteyn ressaltou que o governo de São Paulo “sempre se pautou na ciência”. “Nós temos inclusive um comitê científico apoiado por grandes cientistas da USP (Universidade de São Paulo)”, acrescentou o secretário.
A polêmica teve início na última quarta-feira (9), quando o governador João Doria (PSDB), disse que o estado tem intenção de aplicar a quarta dose da vacina, mesmo sem aval do Ministério da Saúde. Marcelo Queiroga criticou a fala de Doria e questionou a viabilidade da decisão da gestão estadual.
“Se cada um quiser seguir de uma forma, o que vai acontecer? Quem é que tem a responsabilidade de garantir as doses? Há uma logística de distribuição das doses”, disse o ministro da Saúde.
Na avaliação de Queiroga, a “ansiedade” para tratar sobre a aplicação da quarta dose “não ajuda no enfrentamento à pandemia”.
“Quando houver evidência científica suficiente para que a quarta dose seja feita na população acima de 18 anos, o grupo técnico [do Ministério da Saúde] vai orientar”, disse o ministro, que avalia que a prioridade deve ser a dose de reforço.
Saúde recomenda 4ª dose da vacina à imunossuprimidos
Apesar de criticar a intenção do governo paulista aplicar a quarta dose da vacina, o Ministério da Saúde passou a recomendar tal dose para pessoas maiores de 12 anos com imunossupressão. Antes, a indicação era apenas para imunossuprimidos de 18 anos ou mais.
A quarta dose da vacina contra Covid-19 está sendo aplicada em Israel e no Chile. Até o momento, ambos os países recomendam a dose apenas para idosos e imunossuprimidos.