O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta (27) que a variante Ômicron do novo coronavírus está pressionando o sistema de saúde do Brasil. Segundo ele, ao menos 10 estados têm taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) acima de 70%. No entanto, o ministro não especificou quais seriam os estados.
“A pressão sobre o sistema de saúde já ocorre, como nós conhecemos”, disse ele em reunião com secretários estaduais e municipais de Saúde. “Pelo menos em uma dezena de estados, nós já temos os leitos de terapia ocupados com percentual superior a 70%. Porém, no início da pandemia, o número de leitos era de 22 mil leitos de UTI e hoje temos condições de ampliar esses leitos”.
De acordo com boletim publicado ontem pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), seis estados do país registram ocupação de UTI acima de 80%: Distrito Federal (98%), Rio Grande do Norte (83%), Goiás (82%), Piauí (82%), Pernambuco (81%), Espírito Santo (80%) e Mato Grosso do Sul (80%).
Na avaliação de Queiroga, a nova variante representa um desafio por conta de seu rápido poder de propagação. “A variante Ômicron rapidamente se disseminou no mundo inteiro e não deve ser menosprezada, apesar de sabermos que alguns casos são menos complexos do que os causados pelas outras variantes”, declarou.
A melhor proteção contra a Ômicron, de acordo com o ministro, segue sendo a vacinação contra a Covid-19. Até o momento, 69,2% da população brasileira recebeu as duas doses da vacina, segundo levantamento de veículos de imprensa com dados das secretarias estaduais de Saúde.
Variante Ômicron pode não causar tantas mortes no Brasil
Para Queiroga, o avanço da vacinação pode evitar que a explosão de casos causada pela Ômicron provoque em um grande aumento no número de mortes pela Covid-19.
“O perfil de vacinação faz acreditar que o impacto da Ômicron no Brasil pode ser parecido com o que está acontecendo no Reino Unido, Espanha e Portugal, onde os casos também explodiram, mas não houve incremento forte de óbitos. É isso que queremos no Brasil: não que os casos explodam, mas que não subam os óbitos”, afirmou.
Ontem (26), foram registrados 219.878 novos casos de Covid-19 no país — um novo recorde desde o começo da pandemia. Com isso, a média móvel de casos também atingiu o maior patamar, com 161.870 infecções diárias nos últimos 7 dias.