Na noite desta quinta-feira (23), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo federal recomendará que a vacinação contra Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos ocorra mediante apresentação de prescrição médica. Até o momento, apenas o imunizante da Pfizer foi autorizado para uso infantil no Brasil.
Durante a entrevista coletiva, Queiroga disse que o governo disponibilizará um documento sobre o tema para consulta pública e afirmou que espera que a imunização das crianças ocorra em breve. A consulta ficará aberta até o dia 2 de janeiro e a decisão do Ministério da Saúde deve ser publicada no dia seguinte.
“O documento que vai ao ar é um documento que recomenda o uso das vacinas da Pfizer nessa versão aprovada pela Anvisa. A recomendação nossa é que essa vacina não seja aplicada de forma compulsória, ou seja, depende da vontade dos pais. Os pais são livres para levar seus filhos para receber essa vacina. Essa vacina estará vinculada à prescrição médica, e a recomendação obedece a todas as orientações da Anvisa”, disse Queiroga.
A vacina da Pfizer contra Covid-19 para crianças foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última quinta-feira (16).
“A Anvisa fez uma série de orientações no que tange a aplicação da vacina, a observação das crianças na sala de imunização, e elas têm que ser cumpridas fielmente. Esperamos as contribuições da sociedade, mas, de antemão, [quero] deixar todos tranquilos porque, uma vez decidida pela aprovação, nós já temos condições de começar essa vacinação dentro de um prazo bastante curto”, acrescenta, em seguida.
O ministro ainda afirmou que, para vacinar crianças contra Covid-19, será necessário apresentar um documento indicando presença de comorbidade ou recomendação da aplicação.
Anvisa questionou Saúde sobre vacinação de crianças contra Covid-19
Na quinta-feira (23), em outra ocasião, ao ser questionado sobre a necessidade da realização de consulta e audiência públicas para decidir se crianças de 5 a 11 anos devem ser vacinadas contra Covid-19, Queiroga chegou a afirmar que “óbitos de crianças estão dentro de patamar que não implica em decisões emergenciais“.
No mesmo dia, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, questionou a decisão de atrasar o início dos procedimentos necessários para começar a vacinar crianças, citando o que chamou de “estatística macabra”.
“Nós temos 301 crianças mortas na faixa de 5 a 11 anos desde que a covid-19 começou até o início de dezembro. Nestes 21 meses, numa matemática simples, nós temos um pouquinho mais de 14 mortes de crianças ao mês, praticamente uma a cada dois dias. Então acho que essa informação à sociedade se faz necessária”, disse o presidente da Anvisa em entrevista ao jornal O Globo.