Uma pesquisa divulgada pela revista “Nature Microbiology” mostra que a linhagem causadora do coronavírus Covid-19 pode estar em circulação entre os morcegos há décadas.
Participaram da pesquisa especialistas dos Estados Unidos, Bélgica, Reino Unido e China, e para chegar ao resultado, o grupo tentou recriar a “árvore genealógica” do vírus.
Saiba mais sobre essa novidade envolvendo o coronavírus
Como há uma troca fácil de material genético entre os vírus, os cientistas dizem que não é simples descobrir esse caminho.
Além disso, regiões diferentes do genoma do vírus podem ter ancestrais diferentes, e para superar esse obstáculo, foram usadas três técnicas diferentes para identificar partes do genoma do vírus que permaneceram estáveis, que não passaram por essas trocas genéticas.
Após comparar o Sars-CoV-2 com genomas de vírus do mesmo subgênero (sarcovírus), as três técnicas indicam que ele compartilha uma linhagem ancestral com seu parente mais próximo conhecido, catalogado como RaTG13.
Coronavírus pode ter outras linhagens
Os cientistas também alertam que podem ter existido mais linhagens de coronavírus com características apropriadas para infectar humanos.
Além disso, como os vírus têm alta capacidade de trocar material genético, será difícil identificar um com potencial para causar grandes problemas aos humanos antes que os surtos surjam.
Eles ressaltam a necessidade da criação de uma “rede global de sistemas de vigilância de doenças humanas em tempo real”, como o que identificou os casos incomuns de pneumonia em Wuhan em dezembro de 2019.
O estudo também sugere que o novo coronavírus pode ter sido transmitido diretamente do morcego para o ser humano, embora não descarte a possibilidade de que os pangolins possam ter agido como um hospedeiro intermediário.
Covid-19 pode já estar no Brasil desde o ano passado
Cientistas descobriram que o coronavírus pode já estar circulando pelo nosso país desde 2019.
Uma pesquisa feita por duas universidades e de uma start-up, que analisaram amostras do esgoto da capital de Santa Catarina colhidas em 27 de novembro de 2019 mostraram que a Covid-19 já estava em circulação.
Isso mostra que o vírus pode ter infectado algumas pessoas antes mesmo do que foi registrado pelas autoridades.
Conforme o estudo, até o momento essa é a amostra mais antiga do novo coronavírus nas Américas.