Mesmo com a redução no número de casos e mortes por Covid-19, nesta quarta-feira (9), a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), afirmou que a pandemia “é imprevisível” e “continua sendo uma ameaça” nas Américas.
O número de novas infecções pelo coronavírus caiu 26% na última semana, enquanto as mortes registraram queda de quase 19% em todo o continente americano.
“A pandemia continua sendo uma ameaça hoje. Apenas nos primeiros dois meses de 2022, 63% dos novos casos globais foram notificados nas Américas”, disse Carissa Etienne, diretora da Opas, em entrevista coletiva.
Ela lembrou que a recente onda de infecções causadas pela variante Ômicron causou mais de 220 mil mortes nas Américas, com número recorde de casos no Brasil, no Chile e nos Estados Unidos.
“Todos nós queremos o fim da pandemia, mas o otimismo por si só não serve para controlar o vírus. Ainda é muito cedo para baixar a guarda”, ressaltou Etienne.
A diretora da Opas pediu para a população de áreas com altas taxas de transmissão seguir com o uso de máscaras e praticar o distanciamento social. “A Ômicron ainda existe e esta pandemia é imprevisível”, alertou.
Durante a coletiva, Etienne também destacou que, das mais de 6 milhões de mortes por Covid-19 no mundo, 2,6 milhões ocorreram nas Américas, região com maior número de óbitos pela doença. “Quase metade de todas as mortes a nível mundial ocorreram nas Américas, apesar de nossa região abrigar menos de 13% da população do planeta”, apontou Carissa.
Etienne ainda falou sobre a desigualdade de acesso às vacinas contra Covid-19 por parte da população de regiões das Américas.
“Na América Latina e no Caribe, cerca de 248 milhões de pessoas ainda não receberam a primeira dose do imunizante. Estas lacunas se concentram em áreas rurais de difícil acesso ou áreas desassistidas”, disse a diretora da Opas.
“Apenas 14 países conseguiram atingir uma cobertura de 70% de sua população com o esquema completo de vacinação”, completou.