Nesta quinta-feira (25), o secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que “não é hora de falar em Réveillon ou Carnaval”, temendo que os eventos provoquem aglomerações e piorem os índices da Covid-19.
“Não é o momento ideal. Nós temos que entender que, em festas como essa, há aglomeração de pessoas que gritam, cantam, retiram as máscaras e não respeitam a questão relacionada ao controle da pandemia”, disse Gorinchteyn a jornalistas.
O secretário ressaltou que a desobrigação do uso de máscaras em locais abertos sem aglomeração “não é sinal de que a pandemia acabou”. Na quarta-feira (24), o governo paulista anunciou que o equipamento de proteção deixará de ser obrigatório a partir do dia 11 de dezembro. As máscaras seguirão obrigatórias em locais fechados e no transporte público.
Diversas cidades do estado de São Paulo já anunciaram o cancelamento das festas oficiais do Carnaval 2022. Segundo Gorinchteyn, o governo dará apoio a esses municípios, “uma vez que sabemos que a disseminação de vírus acaba sendo claramente muito maior”.
“Essa discussão [sobre os eventos] tem que ser muito cautelosa e responsável porque nós temos ainda que avançar na proteção da nossa população com relação à imunização”, afirmou Gorinchteyn. “É importante que os 645 municípios tenham isso em foco, temos que continuar protegendo a nossa população”, completou o secretário de Saúde de São Paulo.
Coordenador do Comitê Científico de SP também acha cedo falar em Carnaval
O posicionamento de Gorinchteyn está alinhado com o que pensa o médico epidemiologista Paulo Menezes, coordenador do Comitê Científico que aconselha o governo paulista sobre questões relacionadas com a pandemia.
“Ainda é precoce pensar em uma situação de multidões na rua, com aglomeração, mesmo que seja daqui a três meses. Não é o momento de pensar nas grandes aglomerações do Carnaval. Ele movimenta milhões e milhões de brasileiros, de pessoas de fora do país”, declarou Menezes durante coletiva de imprensa.
Para Paulo Menezes, apesar do avanço da vacinação e da queda no número de casos e óbitos, a pandemia ainda não acabou e é preciso ter cautela nos próximos passos.
“Temos boas perspectivas, como já foi colocado hoje: o avanço da cobertura vacinal no estado de SP é exemplo para o mundo, e o que também temos de exemplo é conjugar o avanço da cobertura vacinal com outras medidas que têm garantido o nosso sucesso até o momento”, acrescentou Menezes.