Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta segunda-feira (13), o diretor médico da farmacêutica chinesa Sinovac, Zijie Zhang, afirmou que acredita que máscaras de proteção contra Covid-19 devem ser usadas por “pelo menos mais dois anos, talvez três”.
Zhang está há três meses trabalhando no Instituto Butantan, parceiro da Sinovac no desenvolvimento da vacina CoronaVac, e também fez um alerta sobre a nova variante Ômicron. Segundo ele, a cepa traz novos desafios e faz com que a dose de reforço seja ainda mais importante para proteger a população.
De acordo com Zhang, duas doses de qualquer vacina contra Covid-19 podem não ser suficientes contra a variante Ômicron.
“Precisamos que a população tome os reforços. Veja, no continente africano somente 10% das pessoas tomaram a vacina. E mesmo nos EUA menos de 40% tomaram as doses de reforço. A melhor maneira de reduzir a transmissão é tomando o reforço.”, disse Zhang.
“Se duas doses protegem por seis meses, talvez o reforço possa proteger por um ano. É o que estamos estudando”, acrescentou o cientista da Sinovac.
A declaração vai de encontro com os resultados preliminares divulgados pela Pfizer na semana passada, quando a farmacêutica afirmou que a nova cepa escapa parcialmente do esquema vacinal com duas doses, sendo necessária uma terceira aplicação.
Sinovac faz alerta sobre variante Ômicron
Diferente da variante Delta, que embora mais transmissível ainda não escapava das vacinas atuais, a Ômicron “pode ser mais problemática”, de acordo com Zhang, que disse que farmacêuticas chegaram a criar imunizantes para combater a Delta, mas viram que não seria necessário.
“A taxa de proteção era muito similar entre a vacina desenvolvida para a delta e as outras. Em termos de proteção vacinal, a delta não era tão perigosa”, explicou.
“Já a ômicron possui mais mutações e pode reduzir rapidamente os anticorpos das vacinas. É por isso que essa variante pode ser mais problemática que as anteriores.”, completou Zhang.
Para garantir uma melhor proteção contra a variante Ômicron, a Sinovac anunciou que trabalha numa versão da vacina específica contra a nova cepa. A Pfizer/BioNTech e a Moderna também já informaram que estão desenvolvendo uma nova versão de seus imunizantes.