Nesta terça-feira (4), a secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, afirmou que a maioria das pessoas que participaram da consulta pública sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos rejeitou a obrigatoriedade de apresentar um pedido médico para imunizar a população infantil contra a Covid-19.
De acordo com Rosana, quase 100 mil pessoas enviaram colaborações à consulta pública aberta pelo Ministério da Saúde no dia 23 de dezembro de 2021 e encerrada em 2 de janeiro deste ano.
“Tivemos, senhores, 99.309 pessoas que participaram nesse curto intervalo de tempo, cujo documento esteve para consulta pública. Sendo que a maioria se mostrou concordante com a não compulsoriedade da vacinação e a priorização das crianças com comorbidade. A maioria foi contrária à obrigatoriedade de prescrição médica no ato de vacinação”, declarou a secretária, em audiência pública sobre o tema.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) já se manifestou a favor da exigência do pedido médico para a vacinação contra Covid-19 de crianças. Apesar da maioria discordar, o Ministério da Saúde ainda não definiu se a medida será implementada. A decisão final sobre como acontecerá a imunização de crianças entre 5 e 11 anos deve ser divulgada amanhã.
Mais de 19 estados e o Distrito Federal já anunciaram que, independente da decisão do Ministério da Saúde, o pedido médico não será exigido para a vacinação de crianças contra Covid-19.
Secretária disse que vacinação contra Covid-19 de crianças é segura
No final do ano passado, Rosana Leite de Melo disse que a vacina anticovid desenvolvida pela Pfizer para ser aplicada em crianças é segura, contrariando questionamentos feitos por Bolsonaro, que já afirmou que não vacinará a filha Laura, de 11 anos. A declaração da secretária consta em uma nota técnica enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Antes de recomendar a vacinação [contra a] Covid-19 para crianças, os cientistas realizaram testes clínicos com milhares de crianças e nenhuma preocupação séria de segurança foi identificada”, afirmou a secretária no texto. “As vacinas [contra a] covid-19 estão sendo monitoradas quanto à segurança com o programa de monitoramento de segurança mais abrangente e intenso da história do Brasil”, acrescentou.
A vacina da Pfizer para uso infantil foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 16 de dezembro. No entanto, o Ministério da Saúde decidiu abrir uma consulta pública sobre o tema, ao invés de iniciar os trâmites para começar a imunização o mais rápido possível.
Ontem (3), o ministro Marcelo Queiroga afirmou que a vacina para crianças deve chegar ao país a partir da segunda quinzena de janeiro.