O lockdown de não vacinados contra Covid-19 começa nesta segunda-feira (15) na Áustria, enquanto a Europa vive uma nova onda de casos, hospitalizações e mortes em decorrência da doença.
A Europa voltou a ser o epicentro da pandemia de Covid-19 no mundo nas últimas semanas, observando aumento no número de infecções, hospitalizações e mortes, sobretudo, entre não vacinados contra a doença. Além da piora nos indicadores, autoridades locais se preocupam com a chegada do inverno, estação que historicamente registra alta de infecções respiratórias.
Na semana passada, mais da metade da média de casos de Covid-19 em todo o mundo foi registrada na Europa, que também contabilizou cerca de metade das mortes no mesmo período. Desde abril de 2020, durante o pico da pandemia na Itália, os indicadores da doença não registram tais marcas no Velho Continente.
Lockdown de não vacinados é difícil de ser aplicado
Para combater o avanço do novo coronavírus, o governo da Áustria, de orientação conservadora, decretou lockdown apenas para não vacinados. Segundo estimativas, no total, aproximadamente 2 milhões de pessoas agora só podem sair de casa para ir ao trabalho ou comprar itens essenciais. A população do país é de 9 milhões de habitantes.
No entanto, há dúvidas sobre a efetividade da medida, pois o bloqueio somente para não vacinados é difícil de ser feito. Afinal, a polícia não tem como saber exatamente quem está indo trabalhar, o que é permitido para todos, e quem está saindo para comprar itens não essenciais, o que apenas vacinados podem fazer.
“Meu objetivo é muito claro: fazer com que os não vacinados sejam vacinados, não prender os não vacinados”, disse o chanceler Alexander Schallenberg à rádio ORF, ao explicar o bloqueio.
A medida tem como objetivo conter a alta de infecções pelo novo coronavírus na Áustria, que tem 65% da população totalmente vacinada contra a Covid-19 — um dos piores índices entre os países da Europa Ocidental.