De acordo com informações obtidas pelo jornal espanhol Marca, o futebol europeu perdeu R$ 41,8 bilhões (7 bilhões de euros) em receitas por conta da pandemia de Covid-19, o que indica a necessidade de os clubes mudarem a gestão de suas finanças. A informação consta no relatório econômico anual da UEFA (Federação Europeia de Futebol) sobre o esporte no continente.
Se por um lado alguns clubes conseguiram se reestruturar durante a pandemia, outros seguiram gastando mais do que estavam arrecadando. Enquanto os salários dos jogadores continuaram crescendo desde 2020, as receitas dos clubes tiveram uma queda diretamente relacionada às medidas restritivas para conter o avanço da Covid-19, como os jogos sem presença de público.
Para dar conta dos altos gastos, diversos clubes solicitaram empréstimos a terceiros ou tiveram injeção de dinheiro por parte de seus proprietários, fazendo com que as dívidas aumentassem ainda mais.
“Os principais atores, ou seja, os jogadores e os torcedores, mostraram grande compreensão em resposta a uma situação única. O futebol não é o mesmo sem torcedores. Patrocinadores e emissoras continuam confiando em nós e nos apoiando também. A crise da covid-19 também mostrou até que ponto o futebol faz parte do tecido da vida europeia. O futebol foi um verdadeiro salva-vidas para muitos”, afirmou Aleksander Ceferin, presidente da Uefa.
Clubes do futebol europeu precisam controlar gastos após a pandemia de Covid-19
Segundo o Diretor de Sustentabilidade Financeira e Pesquisa da UEFA, Andrea Traverso, os clubes de futebol precisam controlar melhor os gastos, seja com altos salários ou valores astronômicos de transferências de jogadores, além de dar mais ênfase a investimentos de longo prazo em infraestrutura e revelação de jovens talentos.
De acordo com Andrea Traverso, Diretor de Sustentabilidade Financeira e Pesquisa da UEFA, o futebol precisa ter um melhor controle de gastos, principalmente em relação a salários e transferências e uma maior ênfase em investimentos de longo prazo em infraestrutura e desenvolvimento de jovens talentos.
O relatório da UEFA revela que o patrimônio líquido dos times da primeira divisão europeia foi de 1,9 bilhão de euros no final de 2010 para 10,3 bilhões de euros no começo da pandemia de Covid-19, ou seja, caso o novo coronavírus tivesse se espalhado pelo mundo há 10 anos, muitos clubes não teriam sobrevivido à crise.