Após surtos de Covid-19 a bordo de embarcações, a CLIA Brasil (Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros) anunciou na segunda-feira (03) que as companhias de navios de cruzeiro decidiram suspender novas viagens no Brasil até o dia 21 de janeiro, “por incertezas na interpretação e aplicação dos protocolos operacionais previamente aprovados”.
Segundo a Associação, a suspensão já está valendo para novas partidas e nenhum viajante será embarcado até 21 de janeiro. Por outro lado, os cruzeiros já iniciados devem finalizar os roteiros previstos.
Ainda de acordo com a CLIA Brasil, os casos de Covid-19 detectados a bordo de navios de cruzeiro representam “uma pequena minoria da população total a bordo” e que busca um “alinhamento com as autoridades do governo federal, Anvisa, estados e municípios para resolver as diferenças de interpretação e aplicação das medidas previamente aprovadas com este novo cenário”.
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O cancelamento total da atual temporada de cruzeiros de navio no Brasil não está descartada após finalizada a suspensão, “se não houver adequação e alinhamento entre todas as partes envolvidas para possibilitar a continuidade da operação”.
Após divulgado o comunicado da CLIA Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se manifestou sobre o tema afirmando que o governo tinha uma portaria que “oferecia segurança para a realização dos cruzeiros e previa situações como essas, de ter casos de covid”. “Já tinha toda a normativa”, acrescentou.
Queiroga ainda disse que “se as companhias de cruzeiro estão fazendo isso, naturalmente estão observando o que estava na portaria e a segurança [dos passageiros]”.
Anvisa recomendou suspensão da temporada de cruzeiros de navio no Brasil
Na sexta-feira (31), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a suspensão temporária da temporada de cruzeiros de navio no Brasil, após diversas embarcações terem registrado surtos de Covid-19 entre passageiros e tripulação.
“A retomada das operações dos navios de cruzeiro para a temporada de 2021/2022 foi prevista pela Portaria Interministerial CC-PR/MJSP/MS/MINFRA nº 658, de 5 de outubro de 2021, em cenário epidemiológico anterior à notificação mundial sobre a identificação da nova variante de preocupação, Ômicron, que foi relatada pela primeira vez à Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 24 de novembro”, disse a Anvisa em nota.
A agência afirmou que tudo indica que a variante Ômicron tem o potencial de se espalhar mais rapidamente do que as demais cepas do coronavírus e ainda pode contornar parte da proteção conferida pelas vacinas e infecções anteriores de Covid-19.
“Nesse cenário, o CDC americano, na data de ontem, 30/12, atualizou o nível de alerta “COVID-19 Travel Health Notice” de 3 para 4, o nível mais alto possível, o que reflete o aumento de casos a bordo de navios de cruzeiro desde a identificação da variante Ômicron”, disse a Anvisa.
“A manifestação da Anvisa foi pautada no princípio da precaução, ao priorizar o impedimento da ocorrência de agravo à saúde pela adoção das medidas necessárias à sua proteção”, acrescentou a agência.
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