O presidente do Instituto Butantan e membro do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo, Dimas Covas, afirmou que ainda é muito cedo falar em reaberturas mais amplas de serviços não essenciais e em grandes eventos como Carnaval e Réveillon.
“É muito precoce. Não sabemos o que vai acontecer. O grande aprendizado atual é o seguinte: a pandemia não é uma situação matemática. Temos que observar dia a dia”, afirmou Covas em entrevista ao portal UOL.
“No ano passado, muitos falavam que a pandemia acabaria em setembro, outubro. Ela piorou em novembro e abril deste ano foi o mês mais grave da pandemia. Tivemos quase o dobro de casos e óbitos do ano passado. Ainda veio a variante Delta, nova, precisamos ver o comportamento, o que vai acontecer. Ela apresenta problemas com algumas vacinas —não com a CoronaVac. É muito precoce [a discussão sobre reabertura]”, completou.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na semana passada, chegou a dizer que “a princípio, a cidade terá Réveillon, terá Carnaval” em 2022. O governador do estado, João Doria (PSDB), que prevê reabertura gradual de eventos com público a partir de outubro.
Dimas Covas é cauteloso sobre ampliação da reabertura
Dimas Covas, por outro lado, prega cautela sobre a situação da pandemia de Covid-19 em São Paulo. Segundo ele, o estado está “começando a ver” os resultados da vacinação em um ambiente que ainda adota medidas restritivas.
“Estamos em ambiente de medidas de restrição, tendo um efeito claro da vacinação. O que não se pode fazer é uma reabertura generalizada, que aí corremos o risco de fazer o que aconteceu em outros países.”, afirmou o presidente do Butantan.
Na avaliação de Dimas Covas, antes de pensar em ampliação da reabertura, “nós precisamos descer os números de casos, óbitos e internações, mas descer substancialmente, e aí, sim, pensar em aberturas mais amplas. Para não repetirmos erros de outros países que acharam que o fato de começar a vacinação seria um passaporte verde para abertura total.”
No momento, todo o estado de São Paulo está na “fase de transição” do Plano SP e os serviços não essenciais tem horário de funcionamento restrito das 6h às 21h, com capacidade máxima de 40% da lotação.