Os impactos da pandemia da Covid-19 não refletem somente uma crise sanitária, como também financeira. Desde meados de março de 2020, época em que surgiram os primeiros casos da doença, já foram registradas perdas aproximadas em US$ 44 bilhões.
O montante representa o terceiro maior custo da história para todas as seguradoras do mundo. Os efeitos da Covid-19 conseguiram superar as catástrofes causadas pelo furacão Katrina, bem como dos ataques de 11 de setembro. É o que disse a corretora de seguros Howden de Londres à CNN.
No entanto, as projeções iniciais de mais de US$ 100 bilhões em perdas seguradas referentes à Covid-19 e que agora parecem improváveis. Esta é a análise feita pela seguradora Howden em um relatório sobre renovações de resseguro.
A previsão também contou a avaliação de especialistas do setor de seguros durante os primeiros dias da pandemia, há cerca de dois anos, época em que os eventos foram cancelados e as empresas foram forçadas a fechar as portas por todo o mundo. Desde então, as seguradoras decidiram retirar a Covid-19 de várias apólices de seguro.
Segundo o chefe da análise da Howden, David Flandro, “há um limite para a cobertura de cancelamento de eventos, existe um limite para a cobertura de ação civil e, quando você chega a 40 bilhões, isso exauriu o que foi subscrito”, declarou.
É importante explicar que as taxas de resseguro para catástrofes imobiliárias tiveram um aumento de 9% em comparação ao período anual em 1º de janeiro, marcando a maior elevação anual desde 2009. As resseguradoras têm o propósito de cobrir uma parte dos custos das seguradoras, enquanto os aumentos nas taxas são normalmente repassados aos clientes das seguradoras.
Um caso interessante e que pode servir de exemplo para este cenário são as tão sonhadas férias do casal de Tocantins, Ana Paula Toríbio e João Paulo. Eles saíram em uma viagem para as Maldivas em celebração aos sete anos de casamento e também para passar o réveillon, mas foram surpreendidos após testarem positivo para Covid-19.
A infecção impediu que o casal retornasse ao Brasil. Mas o choque veio quando a seguradora se negou a arcar com os custos da quarentena, fazendo com que o casal tivesse um gasto de R$ 22 mil que não estava previsto. Ana Paula afirma ter contratado o seguro de viagem de uma empresa que anunciava a cobertura contra a Covid-19, mas ao acionar a seguradora, foi informada de que o gasto extra com a hospedagem não seria coberto.
“Eu só comprei o seguro dessa empresa porque tinha bem na frente, bem grande, que cobria as situações de Covid”, relatou. Por e-mail, a seguradora afirmou à cliente que apesar da informação anunciada na propaganda, que a empresa não cobre eventos ocorridos por consequência direta e indireta de epidemias e pandemias declaradas por órgão competente.