Nesta terça-feira (15), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que dois casos de Covid-19 provocados pela nova variante Deltacron foram confirmados no Brasil, um no estado do Pará e o outro no Amapá.
A Deltacron foi descoberta por pesquisadores franceses e é uma cepta que combina as variantes Delta e Ômicron. No entanto, os cientistas acreditam que tal combinação não deve ser motivo de preocupação.
De acordo com Queiroga, os pacientes infectados pela Deltacron estão sendo monitorados. “Essa variante é de importância, que requer monitoramento”, disse ele a jornalistas. “As medidas são as mesmas, e se tivesse que indicar uma medida, é a aplicação da dose de reforço”, completou o ministro.
Até o momento, quase 70 milhões de pessoas no Brasil foram vacinadas com a dose de reforço contra Covid-19, o que corresponde a 32,58% da população com mais de 18 anos, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa com dados das secretarias estaduais de Saúde.
Embora a Deltacron combine as duas variantes potentes do novo coronavírus, a Delta, a mais agressiva, e a Ômicron, a mais transmissível, os pesquisadores acreditam que ela não deve gerar uma explosão de novos casos e óbitos, como ocorrido em ondas anteriores.
Deltacron não causou explosão de casos de Covid-19 na França
A Deltacron foi descoberta na cidade de Soissons, na França, em janeiro. Se ela tivesse alguma vantagem em relação às demais variantes, o número de casos provocados pela cepa seria maior, conforme foi observado na recente onda causada pela Ômicron.
A nova cepa tem a “espinha dorsal” derivada da variante Delta, enquanto o espiculo é proveniente da Ômicron. Esse tipo de combinação ocorre quando um paciente é infectado por duas variantes ao mesmo tempo e suas células se replicam juntas.
Na semana passada, Maria van Kerkhove, líder técnica de Covid da OMS (Organização Mundial da Saúde), disse que essas combinações eram “esperadas, especialmente com intensa circulação da Ômicron e da Delta”.
Já Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, usou as redes sociais para tratar sobre a variante Deltracron do novo coronavírus.
“Sabemos que eventos recombinantes podem ocorrer, em humanos ou animais, com múltiplas variantes circulantes de SARS CoV 2. Precisamos esperar pelos experimentos para determinar as propriedades desse vírus. Importância do sequenciamento, análise e compartilhamento rápido de dados ao lidarmos com essa pandemia”, postou.