O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou hoje (11) que o Brasil será líder do ranking de vacinação infantil contra Covid-19 no mundo. Para isso, segundo ele, basta que as doses pediátricas cheguem ao país.
“Com a capacidade do nosso sistema de saúde, vamos liderar o ranking de vacinação [infantil] como estamos liderando o ranking de maneira geral”, disse a jornalistas na manhã desta terça-feira (11).
A declaração representa uma mudança de postura de Queiroga, que em dezembro desencorajou a vacinação infantil ao dizer que o patamar de mortes de crianças de 5 a 11 anos por Covid-19 não exigia medidas emergenciais.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), porém, mantém o discurso de que a Covid-19 não representa uma grave ameaça às crianças. Em entrevista à rádio Sarandi, do Rio Grande do Sul, ele disse que “óbito é quase zero” nesta faixa etária. A afirmação contradiz dados do próprio Ministério da Saúde, que registrou mais de 300 mortes por Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos.
Queiroga apontou que a vacinação infantil em outros países, como Israel e Canadá, seria muito pequena. Ambos os países iniciaram a imunização de tal faixa etária em novembro de 2021, sendo que no Canadá 45,6% das crianças já tomaram ao menos a primeira dose da vacina contra Covid-19.
CoronaVac depende da Anvisa para ser usada em vacinação infantil
As doses do imunizante da Pfizer contratadas pelo Ministério da Saúde para a vacinação infantil devem chegar ao Brasil nesta quinta-feira. A expectativa é que, no total, o país receba 4,3 milhões de doses até o final de janeiro.
Questionado sobre a possibilidade de incorporar a CoronaVac na vacinação infantil contra Covid-19, Queiroga disse que ela pode ser utilizada, mas depende da aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que liberou o uso da vacina da Pfizer para crianças no dia 16 de dezembro.
“Todas as vacinas aprovadas pela Anvisa podem ser consideradas para o plano de operacionalização da vacinação contra a covid-19”, disse. “Se a Anvisa aprovar, o ministério vai ver as condições de aprovação e liberar o imunizante para a população brasileira”.