Na quinta-feira (16), durante sua live semanal nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que pediu os nomes dos diretores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que aprovaram o uso da vacina contra Covid-19 da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.
O mandatário ainda fez novos ataques ao passaporte da vacina e afirmou que irá avaliar com a primeira-dama se a filha Laura, de 11 anos, tomará o imunizante contra Covid-19.
“Eu pedi extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para 5 a 11 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas”, afirmou Bolsonaro. “A responsabilidade é de cada um. Mas agora mexe com as crianças, então quem é responsável por olhar as crianças é você, pai. Eu tenho uma filha de 11 anos de idade e vou estudar com a minha esposa bastante isso aqui.”, acrescentou o presidente.
“Não sei se são os diretores e o presidente [da Anvisa, Antonio Barra Torres] que chegaram a essa conclusão ou se foi o tal do corpo técnico. Mas seja como for, você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram [a vacina] para o seu filho a partir de 5 anos. E você decida se compensa ou não.”, finalizou Bolsonaro.
Diretores da Anvisa sofreram ameaças de morte por conta de vacina para crianças
Apesar da aparente tentativa de intimidação, Bolsonaro ressaltou que não tem poder para interferir na Anvisa, pois a agência não está subordinada ao presidente. Ele também lembrou que não tomou a vacina contra Covid-19, diferente de Michelle Bolsonaro, que se imunizou em setembro durante viagem aos Estados Unidos.
No mês de outubro, quando a Pfizer manifestou interesse em solicitar a aprovação da vacina contra Covid-19 para crianças no Brasil, funcionários da Anvisa passaram a receber ameaças de morte de pessoas contrárias à imunização infantil.
Por conta de tais ameaças, ontem (16), o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, criticou o que chama de “violência antivacina” após a aprovação do imunizante para uso pediátrico. Ele também fez questão de ressaltar que a decisão da agência é baseada em uma análise técnica sobre a eficácia e a segurança da vacina da Pfizer para crianças.
Por meio de uma nota, a Anvisa repudiou os ataques do presidente Jair Bolsonaro contra a agência.