Em entrevista à revista “Veja” publicada hoje (24), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), revelou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, tomou a vacina contra Covid-19 nos Estados Unidos (EUA) nesta semana. Ela integrou a comitiva brasileira durante a Assembleia Geral da ONU (Organizações das Nações Unidas) em Nova York.
Questionado pela reportagem da revista se dá mau exemplo ao fazer declarações contra vacinas e pela demora na aquisição de imunizantes, Bolsonaro contou que Michelle se vacinou fora do Brasil. O presidente também reafirmou que ainda não se vacinou contra a Covid-19.
“Tomar vacina é uma decisão pessoal. Minha mulher, por exemplo, decidiu tomar nos Estados Unidos. Eu não tomei”, revelou o presidente à revista “Veja”.
Na mesma viagem aos EUA, três integrantes da comitiva presidencial testaram positivo para a Covid-19, entre eles o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Michelle Bolsonaro poderia ter se vacinado em julho
Como tem 39 anos, Michelle está apta a tomar a vacina da Covid-19 em Brasília, onde reside, desde o dia 23 de julho. A demora em se vacinar e o fato de ter optado por tomar o imunizante fora do Brasil foram alvo de críticas por parte de senadores da CPI da Covid.
“Primeiro, ela está de parabéns por ter se vacinado. A vacina salva. Fez a coisa correta. Isso é nota 10. [Por outro lado,] nota zero, porque a vacina que é aplicada nos Estados Unidos é a mesma que é aplicada aqui no Brasil. Então, ela poderia aqui ter se vacinado, mostrado aos brasileiros ela se vacinando, para dar um bom exemplo aos brasileiros e aí, sim, veríamos o patriotismo de verdade, não patriotismo da boca pra fora”, disse o senador Omar Aziz (MDB-AL), presidente da CPI, ao portal G1.
O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), avalia que a atitude de Michelle desvaloriza o trabalho da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Programa Nacional de Imunizações (PNI).
“Essa cena da primeira-dama se vacinando nos Estados Unidos é lamentável. O Brasil não merece isso. Desvaloriza a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, desvaloriza uma conquista do país nos últimos 30 anos, que é o Programa Nacional de Imunizações, desvaloriza o esforço de milhares de cientistas, de milhares de profissionais de saúde por todo país. Lamentável e triste. Mais uma página triste da história nacional”, declarou Randolfe ao G1.