Milhares de pessoas foram rejeitadas na fronteira com a Alemanha desde o último domingo (14), quando foram estabelecidos controles para impedir a disseminação de variantes do novo coronavírus. As autoridades alemãs dizem que a polícia barrou a entrada de cerca de 5.000 pessoas nas fronteiras do país com a República Tcheca e a região austríaca do Tirol.
O governo da Alemanha impôs controles sobre os temores de duas variantes do coronavírus: a do Reino Unido, que se espalhou na República Tcheca, e a da África do Sul, com surto no Tirol.
Os oficiais restringem a entrada de cidadãos e residentes alemães. Todos passam pelo controle: motoristas de caminhão, trabalhadores dos serviços de transporte e saúde, assim como pessoas que trabalham em “setores relevantes”. De acordo com o governo alemão, todos têm que apresentar um teste de Covid-19 negativo.
O porta-voz do Ministério do Interior, Steve Alter, disse que, na manhã desta segunda-feira (15), a polícia federal verificou cerca de 10 mil pessoas e impediu a entrada de cerca de 5.000 na Alemanha.
Alemanha recebe críticas
As verificações geraram fortes críticas da Áustria e da União Europeia. O bloco econômico esperava um esforço conjunto dos Estados-membros para conter a disseminação do vírus desta vez, ao contrário de quando os países tomaram medidas unilaterais nas fronteiras durante a primeira onda da pandemia.
“A Comissão Europeia está preocupada com as recentes decisões unilaterais sobre as fronteiras”, disse o comissário de Justiça, Didier Reynders. “O vírus não se deixa deter por fronteiras fechadas”, acrescentou a comissária europeia de Saúde, Stella Kyriakides, em entrevista ao diário alemão Augsburger Allgemeine.
Por outro lado, o porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert, defendeu as medidas alemãs. Ele afirmou que “o governo alemão teve que agir aqui” para evitar a rápida disseminação de variantes mais contagiosas do vírus.
A Alemanha registrou mais de 2,3 milhões de casos do vírus e cerca de 65 mil mortes.
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