O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, afirmou hoje (3) que o país vive uma “pandemia de não vacinados” contra a Covid-19. Preocupado com o cenário epidemiológico, ele também pediu reforço das medidas para impedir o avanço do novo coronavírus.
“Atualmente, estamos vivendo uma pandemia essencialmente dos não vacinados, e é grande”, afirmou Spahn durante uma coletiva de imprensa. “Em algumas regiões da Alemanha, os leitos de UTIs disponíveis estão acabando de novo”, acrescentou o ministro.
O presidente do instituto de vigilância epidemiológica Robert Koch, Lothar Wieler, concorda com o ministro da Saúde. “A quarta onda da pandemia avança, como temíamos, porque o número de pessoas vacinadas não é suficiente”, disse Wieler na mesma coletiva de imprensa.
Para evitar um avanço ainda maior da Covid-19 na Alemanha, o ministro pediu que cada uma das regiões administrativas do país, que tem autonomia na área de Saúde, endureçam as regras para não vacinados, como por exemplo a proibição de acesso a alguns locais públicos ou a exigência de teste negativo para a doença.
“Não tem nada a ver com bullying de vacina”, declarou Spahn, “mas bom evitar uma sobrecarga do sistema de saúde”, justificou o ministro, que também disse que quer acelerar a aplicação da dose de reforço da vacina contra Covid-19 em maiores de 70 anos.
Mais de 2 milhões de idosos não tomaram a vacina contra Covid-19 na Alemanha
Nos últimos dias, a Alemanha observou um aumento nas infecções pelo novo coronavírus. Entre ontem e hoje foram registrados mais de 20 mil novos casos e 194 mortes pela doença, segundo dados oficiais do governo alemão.
A chanceler Angela Merkel também se mostrou preocupada com o cenário epidemiológico na Alemanha. Ela afirmou que ficou “triste” ao ver que “entre dois e três milhões de alemães de mais de 60 anos ainda não tomaram a vacina”.
Segundo o Instituto Robert Koch, 66,8% da população alemã (55,6 milhões de pessoas) estão completamente vacinados contra a Covid-19.