De acordo com pesquisa do Instituto Adolfo Lutz, praticamente um a cada quatro casos confirmados de Covid-19 na Grande São Paulo é da variante Delta (B.1.617).
A cepa corresponde a 23,5% das infecções na região metropolitana de São Paulo, enquanto em todo estado a incidência ainda é de apenas 4%, segundo dados do mais recente relatório de monitoramento de variantes publicado pelo instituto no domingo (1°).
Na região metropolitana da capital paulista, a variante Gama é a predominante, correspondendo a 74,21% dos casos de Covid-19 confirmados. Já no estado de SP a Gama é responsável por 80% das infecções.
O mapeamento de variantes é feito toda semana pelo Adolfo Lutz com base na amostragem de testes positivos coletados pelo estado. Como desde o começo da pandemia o Brasil realiza poucos testes, oficialmente há apenas 25 casos confirmados da Delta no estado.
A variante Delta é 50% mais transmissível do que a cepa original do novo coronavírus, sendo apontada como responsável pelo aumento no número de casos de Covid-19 em todo o mundo. A cepa detectada pela primeira vez na Índia tornou-se predominante em relação às demais variantes nos países que passou, como Reino Unido e Estados Unidos.
Variante Delta ganha espaço em São Paulo
Em São Paulo, a tendência pode ser a mesma, embora a variante Gama seja predominante desde o final de dezembro de 2020. Isso porque, segundo dados do Adolfo Lutz, em junho a Delta ganhou espaço em relação à Gama.
“Isso é muito interessante e preocupante de se observar. Mostra que ela já está se prevalecendo em relação à gama e que precisamos ficar de olho. É uma variante muito agressiva, como observamos em todo o mundo”, avalia Wallace Casaca, coordenador do Info Tracker, plataforma que acompanha o desenvolvimento da Covid-19 em São Paulo.
Em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (03), o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, manifestou preocupação com o avanço da variante Delta no país e na capital paulista.
“Podemos ver incidência da variante delta em vários países, a forma como ela se desenvolveu rapidamente, como ela tomou a prevalência. Se formos ver no Reino Unido, a variante [alfa] ocupava 100% dos casos. Em abril, surge a variante delta e em menos de 2 meses ela ocupa todo o cenário de prevalência da pandemia.”, apontou Edson Aparecido.