Um estudo revelado nesta terça-feira (02) apresenta uma estatística assustadora: duas a cada três pessoas que precisaram ser intubadas no Brasil acabaram morrendo. De acordo com o relatório, quando o paciente intubado está internado no Sistema Único de Saúde (SUS), a situação é ainda pior: 7 a cada 10 morrem.
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Os dados foram revelados pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), que tem monitorado as UTIs do Brasil desde o início na pandemia. De acordo com a associação, considerando a rede pública e privada, 66% dos que precisaram de intubação morreram. No SUS, esse índice foi de 71%. Na rede privada, de 63%.
Ainda segundo a entidade, mais da metade dos pacientes que precisaram de intubação ficaram em ventilação mecânica por mais de 7 dias. Desse modo, de forma geral, esse índice foi de 55,7%. No SUS, o índice foi de 50,3% e na rede privada, 59,3%.
De acordo com o intensivista Otávio Ranzani, epidemiologista da Universidade de São Paulo (USP), uma das explicações possíveis para a diferença entre público e privado é que, quando o paciente chega na UTI do SUS, já está mais grave. Isso, segundo ele, por conta do menor acesso à saúde. No relatório, ele ainda relata que “o SUS interna doente mais grave porque tem menos leito, o que também cai no ponto do acesso”.
Gravidade de pacientes com Covid-19 no SUS é bem maior
Por fim, o estudo relata que os pacientes do SUS com Covid-19 apresentam um índice de gravidade no quadro muito maior. Nesse sentido, a ferramenta que mede a gravidade da situação de cada paciente, que é calculado a partir de disfunções de seis órgãos, mostra que internados no SUS têm um grado duas vezes mais grave.
“Na UTI, nós damos suporte aos órgãos que não estão funcionando bem. O paciente pode acumular mais de uma disfunção: além do pulmão, podemos dar suporte aos rins com diálise e, muitas vezes, precisamos dar uma medicação para auxiliar o coração a manter a pressão“, explicou Otávio Ranzani no relatório.
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