Apesar do risco de uma escola desabar, moradores que vivem em Embu das Artes, na Grande São Paulo, afirmam que o local, um centro educacional para deficientes, foi liberado para receber os alunos presencialmente. Nesta sexta-feira (11), em entrevista ao portal “G1”, pais de alunos da escola de educação especial Armando Vidigal também ressaltaram que o prédio, apesar de receber alunos com deficiência, não tem acessibilidade e as janelas estão quebradas.
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Ainda conforme essas pessoas, a administração da cidade anunciou, em dezembro do ano passado, que obras seriam feitas para que os alunos fossem recebidos neste ano. No entanto, depois que o recesso acabou, os profissionais não retornaram e o serviço ficou sem ter sido concluído.
Françoeide Torres, de 44 anos, é mãe de Tavila Fernanda. A jovem, que tem 25 anos, é uma das alunas que frequentam o local. Em entrevista, Françoeide desabafa que é muito triste tudo o que está acontecendo porque a “escola não tem condição de nenhuma” de receber os alunos. “A diretora abriu as portas da escola na segunda-feira (07) para a gente ver a situação e é impossível deixar ela vir estudar nessa situação. Ela é uma criança especial, precisa de cuidados especiais”, disse a mulher.
Prefeitura não apresentou alternativas
Segundo a mãe, mesmo com as denúncias de que o local não tinha condições de receber os alunos, a prefeitura de Embu das Artes não apresentou nenhuma proposta para solucionar o caso dos alunos que não irão voltar a frequentar o local por falta de segurança.
As aulas deveriam ter começado de forma presencial na segunda-feira (06), no entanto, os pais se negaram a levar seus filhos para a unidade e as atividades serão realizadas remotamente. Hoje, são 100 alunos matriculados, seis salas improvisadas e cinco interditadas.
Também em entrevista ao “G1”, o vereador da cidade, Abidan Henrique (PDT), revelou que, depois de uma denúncia em dezembro, o prefeito informou que iria começar a reforma. “As obras começaram, mas pararam sem nenhuma justificativa. As aulas precisam ser retomadas agora em fevereiro, mas os alunos não podem frequentar um ambiente como esse”, disse.
Até o momento, a prefeitura da cidade não se pronunciou sobre o fato, que moradores afirmam que não está acontecendo por conta da pandemia da Covid-19. Isso porque, de acordo com eles, a situação precária da escola vem se arrastando há anos.
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