Nesta terça (4), a EMA (Agência Europeia de Medicamentos) anunciou que começou a análise da vacina CoronaVac contra Covid-19, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech e envasada pelo Instituto Butantan no Brasil. Uma futura autorização do uso do imunizante na União Europeia depende da avaliação da EMA.
Em comunicado, a agência com sede em Amsterdã informou que a decisão de “iniciar a análise contínua se baseia nos resultados prévios de estudos de laboratório e clínicos”.
A CoronaVac funciona com um coronavírus inativo, que não pode causar a doença, mas trabalha para ajudar o corpo a desenvolver anticorpos. “Os estudos sugerem que a vacina provoca a produção de anticorpos que têm como alvo o SARS-CoV-2, vírus que provoca a Covid-19, e pode ajudar a proteger contra a doença”, destaca a nota da EMA.
A análise da CoronaVac seguirá até que a agência reúna informações suficientes para que a Sinovac possa entrar com um pedido de uso da vacina na União Europeia. “Apesar de a EMA não ter condições de prever os prazos, deve levar menos tempo que o normal avaliar uma eventual aplicação em consequência do trabalho feito durante a revisão contínua”, disse a agência.
CoronaVac no Brasil e reabertura turismo na Europa
O imunizante desenvolvido pela Sinovac foi aprovado para uso na China em fevereiro e, no Brasil, em janeiro de 2021. A vacina é usada em mais de 22 países e corresponde a pelo menos 80% das doses de vacinas contra Covid-19 aplicadas no Brasil.
Até o momento, a Agência Europeia de Medicamentos aprovou quatro vacinas contra Covid-19: Pfizer-BioNTech, Moderna, AstraZeneca e a Janssen, da Johnson & Johnson. Após casos raros de coagulação sanguínea, na maioria dos países europeus, os imunizantes da AstraZeneca e da Janssen são usados apenas em pessoas maiores de 55 anos.
Não há registros de casos de coagulação ou outros efeitos adversos graves relacionados ao uso da CoronaVac, o que pode pesar a favor do imunizante chinês.
O aval da EMA para a CoronaVac pode ter impacto direto no setor de turismo da União Europeia, pois o bloco estuda reabrir as fronteiras para pessoas vacinas. No entanto, apenas quem foi imunizado com vacinas aprovadas pela EMA teriam o acesso liberado.