Contrabando movimentou 4% do PIB brasileiro

Um levantamento feito pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP) revela que, no ano passado, o comércio ilegal de mercadorias causou perdas de R$ 410 bilhões ao país – o número representa uma forte alta, visto que é 34% maior em relação ao registrado em 2021.

Segundo o estudo, que será divulgado na íntegra nesta quarta-feira (02), o número significa que o comércio deixou de vender R$ 280,8 bilhões no período. O restante do prejuízo, R$ 129,1 bilhões, foram impostos que deixaram de ser recolhidos pelo governo federal.

Ainda conforme os dados, o registro mostra que o Brasil extrapolou a média registrada em outros países da América Latina. Isso porque os vizinhos brasileiros consomem, na média, metade, isto é, 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em artigos contrabandeados. Já quando o assunto é o Brasil, constata-se que o impacto no PIB por conta de produtos contrabandeados é de 4,1%.

Dos segmentos, o que mais tem representatividade é o de vestuário, que registrou perdas de R$ 84 bilhões por conta do contrabando. Na sequência estão as bebidas alcoólicas: R$ 72,2 bilhões, os combustíveis: R$ 29 bilhões, os defensivos agrícolas: R$ 20,8 bilhões e os pacotes de TV paga: R$ 12 bilhões.

Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo” nesta terça-feira (01), Edson Vismona, presidente do FNCP, afirmou que o contrabando acaba beneficiando os grandes grupos criminosos e também aqueles que atual na ilegalidade. “Quem se beneficia são as grandes organizações criminosas que são financiadas pelo contrabando e todos aqueles que operam na ilegalidade, tendo lucros altíssimos, por não pagarem impostos e não respeitarem o consumidor”, disse ele.

Abaixo você confere quais são os produtos mais contrabandeados no Brasil em R$ bilhões:

  • Roupas – 84;
  • Bebidas alcoólicas – 2,2;
  • Combustíveis – 9,9;
  • Higiene pessoal (cosméticos) – 21,0;
  • Defensivos agrícolas – 20,8;
  • TV por assinatura – 12,1;
  • Artigos esportivos – 12,0;
  • Cigarros – 10,5;
  • Óculos – 9,5;
  • Filmes – 4,0;
  • Celulares – 2,3;
  • PCs – 2,0;
  • Brinquedos – 0,8;
  • Perfumes importados – 0,6.

PIB brasileiro em 2023

Recentemente, o governo federal, por meio do Ministério da Fazenda, revisou a estimativa do Produto Interno Bruto deste ano. De acordo com a pasta, o país, agora, deverá crescer 2,5% em 2023. O número é maior do que o estimado em maio, quando o governo estimou que a alta do PIB seria de 1,91% neste ano e também é superior ao número revelado em junho, quando o Ministério informou que o chamado “carry over” (carregamento estatístico) para o crescimento em todo este ano é de 2,4%.

Bastante mencionado na economia, o PIB é um indicador usado para medir a evolução da economia, sendo a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – importante destacar que, nem sempre, a alta do PIB equivale necessariamente a bem-estar social. “Mais de 40% do crescimento esperado para o ano se deve à dinâmica do setor agropecuário”, afirmou o Ministério da Fazenda.

Ainda conforme a pasta, para os demais setores produtivos, o cenário projetado segue considerando desaceleração frente ao ano anterior, “ainda em repercussão à política monetária contracionista [taxa de juros elevada, em 13,75% ao ano] e ao menor ritmo de crescimento global”. Diferentemente do número de 2023, que foi atualizado, o percentual para o próximo ano ficou o mesmo do estipulado anteriormente: 2,3%.

Leia também: Saiba quais os alimentos que mais subiram de preço nos primeiros meses do ano

Alisson Ficher

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