O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) vai abrir um processo administrativo disciplinar para apurar a conduta de 11 membros da Lava Jato. De acordo com o órgão, os suspeitos divulgaram informações sigilosas de ex-senadores no site do Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro.
A deflagração da apuração foi divulgada nesta quarta-feira (20) e investigará os vazamentos de informações sobre os ex-parlamentares Romero Jucá e Edison Lobão, ambos do MDB.
Segundo o CNMP, os ex-senadores foram alvo de uma ação que investigou supostos crimes na construção da usina Angra 3. À época, o site do MP divulgou uma nota sobre o fato. De acordo com Romero Jucá e Edison Lobão, no texto do órgão constavam informações sigilosas.
Próximos passos no CNMP
Agora, com a abertura do processo, o CNMP vai designar um membro do órgão para ser o relator do caso. Será ele o responsável por colher as provas, ouvir as testemunhas para, na sequência, enviar os documentos para os conselhos, que analisarão os fatos.
Pedido de punição
O pedido de punição para os membros da Lava Jato foi uma solicitação da defesa dos ex-senadores, que protocolou a ação contra um procurador regional da República, dez procuradores da República do Rio e uma promotora de Justiça de Sergipe.
Segundo a reclamação, existem indícios de que houve o vazamento dos dados sigilosos. Dentre esses vazamentos, os advogados destacam os envolvendo movimentações bancárias dos ex-senadores.
Todavia, em resposta ao conselho, os procuradores disseram que não havia um pedido de segredo de justiça. No entanto, por conta da suspeita, o CNMP se manifestou favorável ao procedimento administrativo contra os Procuradores.
Na visão do órgão, os procuradores deram publicidade a dados sensíveis e sigilosos. Isso porque, de acordo com o conselho, eles se utilizaram de informações da quebra de sigilos bancários e telefone dos ex-senadores.
Em nota, o CNMP revelou que não há uma data para que a análise do caso seja concluída. De todo modo, o Brasil123 continuará acompanhando o desenrolar dos fatos.
Leia também: Procurador do MP é demitido por contratar outdoor para elogiar a Lava Jato