Conselho de Ética aprova pedido de cassação de Arthur do Val após falas machistas sobre ucranianas

Aconteceu nesta terça-feira (12) a votação sobre o pedido de cassação do mandato do deputado Arthur do Val (União Brasil) por quebra de decoro parlamentar. Por unanimidade, nove integrantes da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) disseram que o político deve sim perder seus direitos políticos, indo ao encontro do parecer do relator do caso, o Delegado Olim (PP).

Arthur do Val anuncia que não vai concorrer a novo mandato como deputado

Toda essa polêmica começou com o vazamento de um áudio de Arthur do Val. Na ocasião, ele, que estava em viagem para a Ucrânia, país invadido pela Rússia, afirmou que as ucranianas “são fáceis porque são pobres”. De acordo com ele, a eventual perda de mandato é “desproporcional” e acontece por conta de uma “perseguição política”.

“Eu errei, ponto final. Quero pedir desculpas principalmente às mulheres ucranianas que estão aqui. Agora, vamos ser sinceros. Todo mundo sabe que esse processo de cassação não é pelo que eu disse, mas por quem disse. A verdade é que todos aqui me odeiam. Esse processo não é pelos meus defeitos, mas por minhas virtudes”, disse Arthur do Val.

“Vocês vão cortar minha cabeça, mas vão nascer outras no lugar”, afirmou ainda o parlamentar, que já sabe que o seu caso será votado no Plenário da Alesp em forma de projeto de lei. Caso a maioria dos 94 deputados votem a favor da cassação, Arthur do Val perderá seu mandato e ainda o direito de se candidatar a qualquer cargo até 2032.

Arthur do Val está sendo processado por quebra de decoro por conta dos áudios vazados em que ele fala sobre as mulheres refugiadas ucranianas. (Foto: reprodução)

Confusão na Alesp

A sessão que marcou a votação do Conselho de Ética teve confusão. Isso porque a militância do MBL, movimento do qual Arthur do Val faz parte, compareceu ao local durante a votação. Esse foi um pedido dele que, como publicou o Brasil123, solicitou que apoiadores fossem à Alesp nesta terça.

A súplica foi atendida e inúmeras pessoas estiveram no local com cartazes e gritando, na porta do local da reunião, “não à cassação”. Na ocasião, agentes da Polícia Militar (PM) formaram corredores para evitar que os militantes entrassem no local, que também contou com a presença de mulheres ucranianas que vivem no Brasil: elas pediram  punição do parlamentar.

Relembre o caso do deputado

Arthur do Val, deputado estadual de São Paulo, teve seus áudios vazados no começo de março, quando além de dizer que as mulheres da Ucrânia “são fáceis porque são pobres”, também afirmou que na fila de refugiadas havia mais mulheres bonitas do que em baladas de São Paulo. Ao chegar no Brasil, ele, que passou 13 dias na Europa sob a justificativa de estar em uma ação humanitária, disse que suas declarações foram “retiradas de contexto”.

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