Concessões de empréstimos pelo cartão de crédito rotativo batem recorde

O Banco Central (BC) informou nesta quarta-feira (9) que o volume de concessões de empréstimos por meio do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas bateu recorde em 2021.

A saber, as novas concessões de empréstimos totalizaram R$ 224,7 bilhões em 2021. Isso representa um crescimento de 23% na comparação com 2020, quando as concessões somaram R$ 182,7 bilhões. Já a média mensal foi de R$ 18,7 bilhões em 2021, contra R$ 15,2 bilhões em 2020.

O volume de concessões foi o mais elevado já registrado pela série histórica do BC para anos fechados, que teve início em 2012. Isso quer dizer que o montante é o mais expressivo em dez anos. Aliás, nesse período, apenas outras duas vezes que o resultado anual superou os R$ 200 bilhões. Isso ocorreu em 2014 (R$ 205,131 bilhões) e em 2019 (R$ 200,603 bilhões).

A busca por concessões de crédito rotativo em 2021 superou a média de concessões de todo o crédito bancário em 2021. No ano passado, a taxa de crescimento foi de 19% em relação a 2020.

Veja mais detalhes do levantamento do BC

De acordo com o BC, o crescimento das concessões por crédito rotativo coincidiu a alta dos juros no Brasil. No ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou sete vezes os juros no país para segurar a inflação, que estava nas alturas.

Além disso, o BC revelou que o endividamento médio atingiu a marca de 51,1% em outubro do ano passado. A saber, esse é o último dado disponível e corresponde a um novo recorde do indicador. Aliás, esse percentual se refere ao valor acumulado nos últimos 12 meses, encerrados em outubro.

O diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, afirmou que o endividamento elevado reflete o momento difícil do país.

“É um um processo não só de endividamento elevado mas desemprego elevado, mas também de queda de renda frente à uma alta da inflação, à uma pandemia que desarranjou a estrutura familiar com a relação à renda: alguém morreu ou perdeu o emprego, ou renda foi reduzida pela menor quantidade de trabalho”, disse.

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