Além da Covid-19 que assola o mundo desde o início de 2020, tem-se constatado nos últimos dias, um surto de gripe no país. Tosse, febre, mal-estar e sensação de cansaço são alguns sintomas comuns a gripe e Covid-19. Mas, como saber de qual se trata?
Essas doenças são causadas por vírus e possuem o mesmo modo de transmissão, que são as gotículas de secreções respiratórias de uma pessoa infectada. Contudo, os agentes causadores são distintos. A gripe é provocada pelos vírus da família influenza; enquanto a Covid-19 pelo Sars-CoV-2, da família dos coronavírus.
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Como diferenciar a Covid-19 da Gripe?
Tanto o vírus da gripe como o da Covid atacam as células do epitélio respiratório. Porém, mesmo que tenham sintomas parecidos, nem sempre as doenças se manifestam de forma igual.
A gripe é aguda, surge de um dia para outro com sintomas fortes, como febre alta e intenso mal-estar. Já na Covid-19, a evolução geralmente é gradual, com quadro agravado após o 8º dia. Outro diferencial importante é a perda do paladar, muito comum em pessoas com Covid-19.
O infectologista Carlos Starling, membro do Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 em Belo Horizonte aponta que “no caso da Covid, é comum o paciente apresentar mais perda de olfato e de paladar e ocorrer febre às vezes, em cerca de 30%, 35% dos casos. Já no da Influenza, a febre é mais comum e mais alta no princípio da infecção”.
Vale lembrar, que há também o risco da chamada “coinfecção”, chamada popularmente de ‘Flurona‘ (Flu = gripe, em inglês, + rona, de Coronavírus), que é quando a pessoa é acometida por ambas as doenças ao mesmo tempo.
De acordo com a infectologista Marília Santini, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), “não é possível diferenciar Covid-19 de influenza através dos sintomas. Sejam as duas juntas ou uma separada da outra. Se a pessoa está com coriza, dor no corpo, febre, dor de garganta, ninguém pode dizer se é um sintoma de Covid, de Influenza ou das duas juntas”, ressaltou.
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Quando devo procurar atendimento médico?
Apenas testes e exames laboratoriais são capazes de identificar e diferenciar os vírus. Por isso, é necessário que diante dos sintomas, as pessoas procurem atendimento médico para que o profissional possa indicar quais os procedimentos adequados a serem adotados.
“Na maioria dos casos, ocorrem quadros leves e não são necessárias internação ou mesmo atendimento presencial. Podem ser feitas teleconsultas sem nenhuma perda na avaliação. Em casos com sintomas mais graves, como falta de ar, prostração intensa, febre que não cessa com remédios, aí justifica avaliação presencial e, na consulta on-line, já pode fazer o encaminhamento para um hospital ou uma unidade de saúde”, relata Adelino de Melo Freire Júnior, infectologista cooperado da Unimed-BH.
Além disso, especialistas apontam que pacientes de grupos de risco, como diabéticos, hipertensos, pessoas obesas e com outras doenças pré-existentes, devem ficar mais atentos; bem como os casos com sintomas mais agudos como febre alta e intermitente e maior dificuldade para respirar.
Prevenção
Os cuidados preventivos da gripe também são os mesmos para a Covid-19. Entre as principais orientações estão o uso correto da máscara facial, distanciamento social, manter ambientes ventilados com livre circulação de ar, higienização das mãos e evitar contato próximo com pessoas que apresentem sintomas respiratórios.
Diversos estudos têm apontado a maior transmissibilidade da nova variante da Covid-19, a Ômicron. Com isso, especialistas recomendam o uso de máscaras mais filtrantes, como a PFF2 ou N95.
Além disso, a vacina ainda é o método mais eficaz. Embora não impeça totalmente o contágio, reduz drasticamente a chance do quadro de saúde se agravar. A vacinação tanto para Covid quanto para gripe está disponível gratuitamente para a população. Procure uma unidade de saúde mais próxima ou um ponto de vacinação e se previna!
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