O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que deseja ser lembrado como o responsável pelo fim da pandemia de Covid-19 no Brasil, apesar de ter levado mais tempo que necessário para iniciar a campanha de imunização infantil contra a doença no país. A declaração foi dada em entrevista ao jornal O Globo.
“Eu quero que (a história) me defina como o homem que acabou com a pandemia da covid-19”, afirmou Queiroga, que disse que não tem intenção de tornar obrigatória a vacinação de crianças contra Covid-19. Para ele, a medida “mais atrapalha do que ajuda”.
Questionado sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação às vacinas contra Covid-19, o ministro minimizou as declarações de Bolsonaro sobre a falta de eficácia dos imunizantes. Na avaliação de Queiroga, o posicionamento do presidente não atrapalha a campanha de vacinação.
“O presidente tem uma natureza questionadora. Não atrapalha em nada. Ele colocou R$ 33 bilhões para comprar vacinas. A mim mesmo nunca fez nenhum tipo de movimento de resistência à vacina”, disse o ministro.
Queiroga minimiza falas de Bolsonaro sobre vacinação contra Covid-19
Em diversas ocasiões, Bolsonaro questionou as vacinas contra Covid-19, além de promover o uso de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento da doença, como a cloroquina e a ivermectina. O presidente também já afirmou reiteradas vezes que não se vacinou e não pretende imunizar a filha Laura, de 11 anos.
Para Queiroga, a vacinação de Bolsonaro é uma questão pessoal. “Talvez se não houvesse essa pressão toda em cima dele, ele já tivesse tomado uma decisão em sentido contrário. Mas o presidente Bolsonaro, a mim, me cobra diariamente a respeito do ritmo da campanha de vacinação”.
Apesar das declarações de Bolsonaro, até o momento, 149,6 milhões de pessoas no Brasil completaram o esquema vacinal contra Covid-19, o que corresponde a 69,68% da população do país, segundo o levantamento de veículos de imprensa com dados das secretarias estaduais de Saúde. Já a dose de reforço foi aplicada em 44,4 milhões.