Como a guerra na Europa afeta os combustíveis no Brasil?

O preço médio da gasolina, juntamente com o preço dos combustíveis, no Brasil atingiu recordes acima de R$ 6,67 o litro,  ameaçando prejudicar o crescimento econômico, elevar a já alta inflação e reduzir o número de viagens por todo o país. 

Importante destacar que, a economia brasileira é altamente afetada, tendo em vista a dependência do transporte rodoviário, que corresponde a cerca de 65% do transporte de cargas do Brasil.

Sabemos que a reabertura da economia já havia elevado os preços das baixas pandêmicas, mas o aumento se transformou após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Vejamos alguns dos fatores que impulsionam esses preços.

Ameaça ao petróleo no preço dos combustíveis

Os preços do petróleo vêm subindo há meses, à medida que a economia global se recupera de uma desaceleração induzida pela pandemia.

As refinarias de petróleo que reduziram a produção à medida que a economia desacelerou não voltaram aos níveis pré-pandemia. O mercado perdeu cerca de um milhão de barris de capacidade diária de refino de petróleo desde o início de 2020.

Desse modo, a fraca recuperação econômica, com o baixo investimento na produção de petróleo, foi enormemente exacerbada pela invasão russa da Ucrânia. Isso elevou o preço do petróleo a níveis estratosféricos e está sendo repassado aos consumidores na bomba.

Efeitos no Brasil

A alta do petróleo por conta do conflito chega ao Brasil por dois motivos: a Petrobras importa petróleo e derivados e repassa reajustes em função da política de preço de paridade de importação, adotada em 2016.

Além disso, o barril ficou mais caro em função da guerra e de medidas como sanções dos EUA e da União Europeia contra o petróleo e o gás exportados pela Rússia. As sanções tendem a reduzir a quantidade desses produtos no mercado internacional e aumentar os preços.

Fruto desses acontecimentos, aqui no Brasil a Petrobras anunciou aumento de 18,8% nas tarifas da gasolina, 25% no diesel e 16,1% no gás liquefeito de petróleo.

Como contornar este problema?

No curto prazo, se o governo quiser baixar os preços dos combustíveis, existem algumas alternativas. Isso inclui diminuir ou suspender impostos federais sobre gasolina e diesel, bem como trabalhar com governos estaduais para fazer o mesmo. 

A longo prazo, uma abordagem mais favorável ao aumento da produção nacional e internacional ajudaria. Mas o mais importante é que acredito que a chave para a transição energética está nas mãos dos consumidores. A maior mudança terá de acontecer neste lado da equação.

Segundo o presidente Jair Bolsonaro, há a possibilidade na adoção de novas medidas para conter o aumento dos preços da gasolina e do diesel, como a introdução de subsídios ou mesmo uma mudança na política de preços da Petrobras. 

Segundo Bolsonaro, a política de preços por paridade de importação (PPI) da estatal agrada seus acionistas, mas prejudica o consumidor, cabendo à Petrobras apresentar uma proposta para mudar essa dinâmica. 

Por que os preços dos combustíveis mudam conforme a região?

Impostos estaduais e locais podem aumentar os preços dos combustíveis na bomba. A distância do abastecimento de combustível e as interrupções nos serviços, como avarias nas refinarias, também podem afetar os preços. 

Além disso, a concorrência é outro fator, locais com menos postos de combustíveis tendem a ter preços mais altos.

João Belarmindo

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