Durante a semana passada, o vídeo de uma agente da Polícia Militar (PM) dirigindo uma motocicleta com um suspeito algemado ao veículo rodou o Brasil. Nas imagens, é possível ver que o jovem, que tem 18 anos, precisava correr ou, pelo contrário, cairia e seria literalmente arrastado pelo funcionário público.
O jovem Jhonny Italo da Silva, que estava respondendo em liberdade a um processo por tráfico de drogas e acabou sendo preso com maconha logo após bater sua moto e ser pego transportando maconha, afirmou que se sentiu humilhado com a situação.
“Me senti humilhado, tive medo de morrer. Cometi um erro, mas não merecia ser humilhado”, afirmou ele em uma carta divulgada na segunda-feira (06) primeiramente pela “TV Globo” , diretamente da onde o jovem se encontra atualmente: em um centro de detenção provisória da capital paulista.
Também ao canal carioca, a irmã do jovem, Larissa da Silva, disse que seu irmão estava errado, mas que isso não justifica a atitude que teve o policial. “Não era certo o que ele estava fazendo, mas também não foi certo o que o policial fez com ele”, afirmou.
Em outro momento, ela também criticou a fala do autor do vídeo que viralizou nas redes sociais. “Filma aí! Algemou e está andando igual um escravo. Óia. Vai roubar mais agora?”, disse ela pessoa. Segundo a irmã do jovem, “ali ele [seu irmão] estava em um momento precisando de ajuda, e não de ser julgado”.
Reação das pessoas preocupa
Também à “TV Globo”, o advogado e doutor em filosofia Silvio Almeida conta que a reação de pessoas em torno dos fatos, como o homem que riu da situação enquanto gravou o jovem algemado na motocicleta, preocupa.
“Uma imagem como aquela representa uma síntese de todos os problemas estruturais que o Brasil carrega e que foram repaginados no fim da escravidão”, disse ele fazendo alusão ao fato de o jovem ser negro.
“Eu estou falando de desigualdade econômica, do autoritarismo e do racismo. Tem algo muito errado na sociedade brasileira e nós precisamos começar a discutir com seriedade”, concluiu o especialista.
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