Comércio está pessimista com a guerra na Ucrânia; entenda riscos para o setor

Os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia estão cada vez mais intensos no Brasil. Os conflitos chegaram hoje ao 36º dia, e ainda não há expectativas para um acordo de cessar-fogo entre os países. Em meio a isso, diversos setores econômicos vêm se mostrando cada vez mais pessimistas com o futuro, como o comércio.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), o Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 0,3 ponto em março. Em suma, isso aconteceu principalmente por causa da guerra no leste europeu. A saber, os empresários do comércio do país temem que os impactos dos conflitos afetem mais fortemente o Brasil.

O levantamento revelou que houve um crescimento expressivo da demanda em março. Isso se refletiu nos números positivos em relação à situação atual do setor. Por outro lado, os empresários vêm se mostrando cada vez mais pessimistas com os próximos meses.

“Pelo lado das expectativas, a queda mais intensa pode ter sido influenciada pelo aumento da incerteza ao longo do mês, em especial aquelas relacionadas aos desdobramentos da Guerra”, explicou o coordenador da Sondagem do Comércio da FGV, Rodolpho Tobler.

Riscos domésticos e externos preocupam setor

Embora a guerra esteja localizada em outro continente, os impactos dos conflitos são sentidos em todo o planeta. No Brasil, o setor do comércio teme que a guerra dure por mais tempo, visto que os preços de diversos itens estão ficando mais elevados, especialmente o de commodities.

Em resumo, quanto mais caros os produtos estiverem, menos os consumidores irão consumi-los. Além disso, a inflação elevada no país indica que o custo de vida também está mais alto. Para segurar a taxa inflacionária, o Banco Central vem subindo os juros há meses. A saber, a principal consequência desta medida é a redução do poder de compra do consumidor.

Em outras palavras, o Brasil se encontra em uma situação complicada. Na verdade, os conflitos entre Ucrânia e Rússia estão pressionando os preços de vários itens, ou seja, a inflação global deverá subir ainda mais. Por isso, muitos analistas acreditam que os juros irão subir ainda mais no Brasil em 2022.

“O patamar da confiança [do comércio] continua baixo e ainda não é possível imaginar uma recuperação mais consistente nos próximos meses, dado o cenário macroeconômico negativo e a provável manutenção de níveis elevados de incerteza”, disse Tobler.

Leia Também: Desemprego atinge 12 milhões no trimestre encerrado em fevereiro

Ruan Samarone

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