Com nova política, dividendos da Petrobras terá corte de cerca de R$ 5 bilhões

Um cálculo revelado nesta sexta-feira (04) pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) mostrou que, por conta da nova política de remuneração aos acionistas da Petrobras, houve uma redução de cerca de R$ 5 bilhões no valor dos dividendos distribuídos no segundo trimestre.

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Na quinta-feira (03), a empresa anunciou que pagará R$ 15 bilhões pelo resultado do período. Isso, já levando em consideração a nova política que garante aos acionistas 45% do fluxo de caixa livre, diferença entre a geração de caixa e os investimentos feitos pela companhia no trimestre – antes da modificação, havia a previsão de que o pagamento seria de 60% desse indicador.

De acordo com o Ineep, cálculos feitos pela entidade mostram que, caso a política antiga estivesse em vigor, seriam gerados dividendos de quase R$ 20 bilhões – essa queda teve um impacto grande nos rendimentos do maior acionista da estatal, o governo federal, que teria direito a R$ 5,7 bilhões na política anterior, mas acabará ficando com R$ 4,3 bilhões.

No primeiro trimestre deste ano, ainda com a política de remuneração antiga e lucro 24,6% superior, a Petrobras distribuiu R$ 24,7 bilhões em dividendos. “O menor valor distribuído na forma de dividendos no segundo trimestre reflete, em primeiro lugar, a queda nos preços do barril no mercado internacional e dos derivados no mercado interno, o que afetou a receita da empresa e, em segundo lugar, a mudança na política de remuneração dos acionistas”, afirma no relatório o diretor técnico do Ineep, Mahatma dos Santos.

A promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a mudança nos dividendos da Petrobras foi sacramentada em reunião do conselho de administração da empresa na semana passada. Na ocasião, a diretoria da estatal propôs um percentual entre 40% e 50% do fluxo de caixa livre – esse percentual enfrentou resistências dos representantes de acionistas minoritários, contrários à mudança, mas, por fim, foi possível se chegar em um valor intermediário.

Essa alteração foi bem vista pelo mercado, que avaliou que a regra garante previsibilidade a investidores e, ao mesmo tempo, não causou uma redução drástica na remuneração. Agora, com essa nova política, a Petrobras fica perto de concorrentes internacionais que usam o indicador de fluxo de caixa como parâmetro e distribuem, conforme as informações, entre 25% e 40% do indicador.

Leia também: Petrobras revela quando aumentará preço de seus produtos

Alisson Ficher

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