Em um ano normal, a Marquês de Sapucaí, o Sambódromo do Rio de Janeiro, estaria se preparando para o grande momento do ano: o desfile de carnaval mais famoso do mundo. No entanto, uma semana antes do que deveria ser o início do Carnaval, a pandemia fez a avenida do samba virar ponto de vacinação.
A prefeitura do Rio inaugurou no último sábado (6) uma estação de imunização drive-thru no Sambódromo. Agora, porém, a ampla avenida construída para carros alegóricos recebe filas de carros convencionais. Ao todo, são nove postos de vacinação drive-thru espalhados pela cidade, segundo a prefeitura.
O município do Rio suspendeu oficialmente o carnaval e avisa que não tolerará quem tentar comemorar com desfiles de rua ou festas clandestinas. Por isso, a prefeitura afirma que monitora as redes sociais para detectar possíveis aglomerações.
O prefeito Eduardo Paes, que costuma participar do desfile do Sambódromo, pediu aos cidadãos que não fossem “idiotas” por ignorar as regras e comprar ingressos para festas que não serão permitidas. “É um jogo de gato e rato para punir quem quer festa”, disse Paes.
De fato, o cancelamento criou um profundo buraco econômico para muitas empresas que dependem das multidões. A taxa de ocupação dos hotéis no Rio normalmente atinge cerca de 80% nos meses quentes de verão e 100% durante o Carnaval. Agora está entre 50% e 60%, de acordo com o sindicato da categoria.
Milhares de cariocas também ficaram sem trabalho nas escolas de samba, onde constroem carros alegóricos e costuram fantasias para o desfile. Para evitar mais prejuízos, Eduardo Paes anunciou que criará um edital para ajudar os trabalhadores do Carnaval da cidade.
Pandemia no Rio
A pandemia atingiu fortemente a cidade do Rio, onde as autoridades contabilizaram mais de 17.600 mortes por Covid-19, conforme dados oficiais. Trata-se do maior número de todas as cidades do Brasil, superando até mesmo São Paulo, que tem quase o dobro da população.