CNI eleva projeção do PIB, mas prevê queda na indústria de transformação; veja os números

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou nesta sexta-feira (14) que elevou sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano de 2023 de 1,2% para 2,1%. Segundo a entidade, essa elevação acontece devido aos resultados do segundo trimestre do ano que foram divulgados na quinta-feira (13). Ainda no relatório do CNN, consta que a projeção para o PIB industrial é de uma alta de 0,6% no ano, mas o produto interno bruto específico da indústria de transformação deve recuar 0,9%.

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De acordo com o documento, a expansão de 2,1% é relevante, mas, caso seja isolado o resultado da agropecuária, nota-se que o ritmo de crescimento do Brasil desacelerou. “A indústria enfrenta os efeitos dos juros altos, com restrição no crédito bancário, o que vemos penalizar tanto empresários quanto consumidores”, diz o relatório.

No texto, assinado por Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, relata-se que, além disso, “o setor de serviços, que acumulou avanços expressivos desde 2020, também agora se encontra em movimento de desaceleração”.

Conforme a projeção do CNI, a indústria da construção deve encerrar o ano com crescimento de 1,5%, em um comportamento que ainda é remanescente dos ciclos de negócios iniciados em 2020. Já o setor de serviços espera ter um crescimento de 1,3% neste ano.

De acordo com a CNI, o crescimento da economia brasileira no primeiro trimestre superou as expectativas mais otimistas pelo desempenho da agropecuária, que avançou incríveis 21,6%. “Uma das explicações para o desempenho desse setor foi a safra agrícola, sobretudo a de soja, revisada para cima repetidas vezes, em contraste a um 2022 de quebra de safra”, diz o relatório.

“Para 2023, esperamos um crescimento de 13,2% do PIB da agropecuária, influenciado por essa forte expansão da produção vegetal”, completa o documento, que ressalta, no entanto, que, excluído o desempenho de destaque da agropecuária, nota-se um cenário de dificuldade da atividade econômica trazido pelos “efeitos restritivos da política monetária mais apertada se manteve”.

Em outro momento, o documento explica que a indústria vem mostrando um quadro de estagnação, mantendo nível de atividade inferior ao registrado antes da pandemia da Covid-18. Por fim, para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção dada pelo CNI nesta sexta é 4,9% ao final de 2023, um número menor do que os 5,8% registrados em 2022, mas ainda maior que a meta de 3,25% do Banco Central.

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