Um cliente foi denunciado depois de ter enviado mensagens para um restaurante pedindo para que seu pedido fosse feito por outra pessoa e não por uma “mulher negra e lésbica”. Nas redes sociais, a vítima, Joelma Figueiredo, de 23 anos, denunciou ter sido vítima de racismo e lesbofobia.
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De acordo com as informações, as mensagens foram enviadas no sábado (12), em Parnaíba, no litoral do Piauí. Na ocasião, o cliente explicou que esteve no local alguns dias antes e não gostou que seu lanche tenha sido feito por Joelma.
“Desculpe a pergunta, mas meu hambúrguer poderia ser feito por outra pessoa? Lanchei aí na quarta-feira e vi que meu hambúrguer foi feito por uma pessoa que não é do meu agrado”, disse o cliente, completando ainda: “Ela é lésbica e negra, entenda meu lado. A imagem de vocês em primeiro lugar”.
Nesta quarta-feira (16), em entrevista ao portal “G1”, Joelma contou que foi alertada por uma outra funcionária sobre a mensagem e passou a acompanhar o restante da conversa. “Tipo de clientes como você não fazemos a mínima questão em nosso estabelecimento”, disse essa outra profissional ao suspeito.
“Que o senhor fique sabendo que a ‘negra e lésbica’ é a melhor chapeira da cidade. Vamos na delegacia registrar um boletim de ocorrência contra você”, respondeu a atendente, que ainda viu o cliente confessar que era “preconceituoso e racista”.
“Eu sei, mas sou cliente e devo dar minha opinião e sou sim preconceituoso e racista. E acho que vocês não deviam botar esse tipo de gente para trabalhar”, finalizou o cliente, que ainda não foi identificado, pois em seu contato não tinha nome e nem foto.
“Na mensagem ele dizia que tinha ido lá numa quarta-feira, mas, por lá, passa tanta gente. É difícil tentar lembrar. O perfil não possui foto”, comentou Joelma, afirmando que, até o momento, por medo, ainda não registrou um boletim de ocorrência. Todavia, o registro deve ser feito nesta quinta-feira (17) em uma delegacia da Polícia Civil.
“Estou com muito medo porque estamos recebendo ataques nas redes sociais. Estou nessa corda bamba. Fico me perguntando ‘e se não der em nada?’, mas estão me incentivando a não ter medo”, finalizou a funcionária.
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