O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou o fato de o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ter afirmado nesta quarta-feira (09) que o estado pretende aplicar a quarta dose da vacina contra Covid-19. Segundo o ministro, a prioridade deve ser a aplicação da dose de reforço.
“Não conversei com o governador sobre isso. O governador de São Paulo e outros chefes de Executivo, seja de Estado ou de município, muitas vezes interferem no processo decisório a respeito da imunização”, declarou Queiroga, após sair de uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no Congresso.
“Vamos adotar em São Paulo a quarta dose, independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde“, disse o governador paulista.
De acordo com o ministro, a quarta dose da vacina está em debate no Ministério da Saúde, mas é preciso ter “base técnica” e “evidências científicas” que apontem para a necessidade da aplicação.
“Agora, quer saber qual é a prioridade? Eu já falei isso, avançar na dose de reforço. A terceira dose, essa é a prioridade. Então, se avançar na terceira dose, nós vamos ter mais preparo para enfrentar a variante Ômicron e outras variantes que podem surgir desse vírus que sofre mutações”, disse Queiroga.
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Queiroga diz que debate sobre quarta dose da vacina deve ser feito no Ministério da Saúde
Na avaliação do ministro, as decisões sobre a vacinação contra Covid-19 devem ser debatidas apenas no âmbito do Ministério da Saúde. “Se cada um quiser seguir de uma forma, o que vai acontecer? Quem é que tem a responsabilidade de garantir as doses? Há uma logística de distribuição das doses”, criticou Queiroga.
Nesta quarta (09), além de Doria afirmar que a quarta dose será aplicada no estado de São Paulo, o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, também disse que a quarta dose será administrada em toda população da capital fluminense um ano após a dose de reforço.
No momento, a quarta dose da vacina contra Covid-19 está disponível apenas para pacientes imunossuprimidos. A exceção é a cidade de Botucatu, no interior de São Paulo, que já está aplicando a dose em idosos maiores de 60 anos.